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Enviada em: 23/10/2017

A cada 25 horas morre um trans no Brasil que é considerado o país que mais mata transgêneros no mundo. Isso se dá devido à ausência de políticas públicas, educação conscientizadora aos moldes freireano, serviço de saúde especializado, mercado de trabalho e fomentação da violência física e moral para corpos que fogem do padrão estipulado pela sociedade. Essa realidade viola os Direitos Humanos desse grupo.   Desde a rede escolar o transgênero é vítima de preconceito porque não há uma educação conscientizadora desde a infância que vise debates sobre problemáticas sociais. Mas, ao invés disso há uma cultura da doutrinação dos corpos, afirmada pelo filósofo Foucault, de tal forma que se esse corpo foge do padrão ele é vítima de chacota. Como, por exemplo, os valores atribuídos ao gênero, pois se homem gosta de rosa e brinca com panelinhas, ele é visto como afeminado porque para muitos esses atributos pertence apenas as mulheres. Essa violência simbólica pode acarretar problemas psicológicos na vítima ou prática de homicídio pelo agressor. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o tempo de vida de uma pessoa trans é de apenas 35 anos, enquanto a da população brasileira é de 75,5 anos. Lamentavelmente, o Brasil é dilacerados nos possuídos e despossuídos.      Além disso, há um problema na saúde pública desse grupo, pois a transfobia fomenta a exclusão deles no mercado de trabalho e com isso utilizam da prostituição para ter condições básicas de vida. Mas, devido à dificuldade em acessar o serviço de saúde estão mais vulneráveis na contaminação de doenças sexualmente transmissíveis, lamentavelmente há uma despreocupação do poder público com essa minoria que e vista de forma pejoritaria pela sociedade. Somado a isso há ausência de especialistas para os trans que fazem uso de hormônios, muitas vezes sem prescrição médica e essa transcisão que deveria ser uma realização pessoal do trans pode se tornar um problema de saúde pública por acarretar problemas renais, cardiacos quando é utilizado de forma incorreta.   Infere-se, por tanto, a necessidade de uma educação conscientizadora, que vise a desmistificação de preconceitos com debates e palestras nas escolas e praças públicas, pois segundo o pedagogo Paulo Freie, " se a educação não transforma o mundo tão pouco sem ela, ele muda". Ademais, que o poder público estabeleça leis para proteger e garantir direitos dos trans. E também deve incentivar especializações multidisciplinares na transformação corporal dos trans com cursos ofertados gratuitamente para os funcionários da rede pública e privada. Pois, só assim haverá uma melhora e as cores da bandeira LGBT poderá transmitir harmônia.