Materiais:
Enviada em: 23/10/2017

A crescente luta das minorias pelo reconhecimento de direitos e espaço põe em evidência a questão da transfobia no Brasil. Alvos de constante preconceito e também de violência física e psicológica, transexuais se vêem excluídos e impedidos do livre exercício da cidadania na atualidade. Os movimentos em prol do conjunto de diretos desse grupo representam uma esperança para que o mesmo seja tratado de maneira mais ética e igualitária.   A sociedade brasileira apresenta-se como um ambiente de convívio extremamente hostil para a população LGBT, que diariamente é vítima das mais variáveis formas de violência, a exemplos da violência física e da intolerância na internet. De fato, de acordo com dados da Transgender Europe, ONG internacional de apoio aos direitos da população transgênero, o Brasil é o país que mais mata transgêneros e transexuais no mundo.    Entretanto, o alto índice de homicídios não remete totalmente ao cerne do problema, visto que há formais mais latentes de discriminação que não são bem notificadas por parte dos meios midiáticos. É o que ocorre em outras esferas, como é o caso das escolas e o mercado de trabalho. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o preconceito que permeia o mercado de trabalho faz com que 90% da população de transexuais recorra à prostituição como forma de atividade remunerada. Nas escolas, o convívio diário com o preconceito e com a exclusão comprometem o amplo processo de formação do indivíduo como cidadão, contribuindo para índices cada vez maiores de marginalização.   Dessa maneira, parece inconcebível que, mesmo com tamanho desenvolvimento tecnológico em uma sociedade na qual há acesso à informação e conhecimento por parcela considerável da população, ainda haja a permanência de formas de preconceitos historicamente antigos. Parafraseando Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. As condições degradantes a que transexuais são expostos diariamente na sociedade devem ser relevados de maneira formal e caminhos devem ser tomados com urgência para a inclusão social desses indivíduos.   Portanto, se faz necessária uma intervenção sociopolítica que vise a defesa dos direitos da população LGBT em geral. Isso pode ser feito através da promoção de palestras e programas educacionais por parte do Poder Público em escolas e ambientes públicos para conscientizar a sociedade do respeito mútuo e do pluralismo da expressão sexual. Ademais, a criação de leis mais severas, bem como a divulgação ampla dos canais de denúncias contra discriminação e violência podem construir uma sociedade mais plural e tolerante onde as minorias terão pleno exercício de sua cidadania.