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Enviada em: 31/10/2017

Como os cativos do “Mito da caverna” de Platão, os transfóbicos estão presos pelos grilhões de seus preconceitos. Haja vista, todos os dias em algum lugar do Brasil, a imprensa noticia agressões contra integrantes da comunidade LGBT. Certamente, esse tipo de fobia é alimentada pela impunidade da violência resultante de atitudes machistas e pela falta de informação sobre o tema da transexualidade. Desse modo, uma atuação conjunta do Estado com a sociedade é medida que se impõe para mitigar esse infortúnio.        Primeiramente, a tolerância ao sexismo violento praticado por homens, fortalece a escalada do ódio contra os transgêneros. De fato, segundo a Associação Grupo Gay da Bahia, o número de homicídios de membros do grupo LGBT cresceu 163,85% no período de 2010 a 2016. Por outro lado, a mesma associação, identificou que apenas 17% e 10% desses criminosos foram identificados e processados respectivamente.        Ademais, a falta de informações atua como agente catalisador da discriminação. Sem dúvida, o próprio preconceito da sociedade inibe que divergências sobre identidade de gênero sejam discutidas de maneira racional. Soma-se a isso, que a própria comunidade médica mundial classifica os transexuais como portadores da doença denominada “Transtornos da identidade sexual”. Todavia, a Organização Mundial de Saúde já está atuando para excluir esta condição da lista de enfermidades.        Fica claro, portanto, que a impunidade e a falta de informação são preponderantes à manutenção da transfobia. Por isso, mudanças fazem-se urgentes, para tanto, é primordial combater a impunidade e informar a população. Cabendo ao poder legislativo a criação de leis que criminalizem os delitos de caráter homofóbico; às Secretárias Estaduais de Segurança a implantação de delegacias especializadas, a fim de, coibir violência motivada por questões de gênero; o Ministério da Justiça e Cidadania em conjunto com ONGs promovam campanhas de esclarecimento e combate a esse tipo de discriminação; à mídia criar obras de ficção engajada, com o intuito de promover a informação e o respeito à transexualidade; e à família seguir o exemplo do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo que tornou público seu apoio ao filho que se declarou transexual.