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Enviada em: 01/11/2017

Biologicamente, a genitália humana forma-se na 10ª semana de gesta- ção enquanto que o cérebro, na 20ª. Assim, segundo o psiquitra Alexandre Sadeeh, a possibilidade de não se identificar com o sexo biológico é normal. Entretanto, apesar dessa naturalidade e das lutas da comunidade LGBT no Brasil, as pessoas trans ainda enfrentam grandes desafios: conseguir sobreviver e manter seu sustento mediante o trabalho formal.    Primeiramente, sabe-se que o Brasil é o país que mais mata transgêneros no mundo, segundo o Grupo Gay da Bahia. Essa transfobia é catastrófica e, erroneamente, assemelha o ser humano a um objeto. Isso ocorre em virtude do que o sociólogo Durkheim chamou de fato social, a imposição de valores da consciência coletiva sobre os indivíduos. Esse processo é visto na educação conservadora, a qual incita o ódio e a discriminação, proveniente da família e da escola.        Por causa disso, o mercado de trabalho também rejeita transexuais, pois privilegia a reputação da empresa em detrimento da dignidade humana, um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito elencados na Constituição Federal de 1988. Consequentemente, o grupo é relegado à funesta vida de prostituição, uma verdadeira desumanização. Prova disso é a pesquisa da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) que demonstra que 90% deles prostituem-se.         Diante dessa calamidade, para garantir a dignidade humana, o MEC e a Secrataria dos Direitos Humanos devem ampliar a discussão sobre LGBTfobia nas escolas e na família, por meio de palestras e materiais didá-ticos que explanem as razões para o respeito à pessoa trans. Tal ação terá a função primordial de mitigar os paradigmas heteronormativos e formar cidadãos íntegros. Paralelamente, o Ministério do Trabalho deve proporcio- nar empregos para essa parcela da população, mediante o direcionamento de programas de formação profissional a ela, como o Pronatec, e parcerias com iniciativa privada, a fim de que o grupo não recorra tanto à prostitui- ção. Logo, será possível humanizar as relações sociais.