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Enviada em: 04/11/2017

Até o ano de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerava a questão de gênero ou opção sexual como doença. Desta forma, nota-se que a aversão aos transexuais, transgêneros e travestis tem raízes passadas e persiste até hoje. No Brasil, a violência e o preconceito contra esta minoria ocorrem devido a uma moral conservadora religiosa de cunho católico-protestante instaurada e à falta de debates e visibilidade acerca da problemática, bem como sua não criminalização.       É indubitável a existência de um conservadorismo social  arraigado no Brasil, que alcança a questão trans, é comum observar a frase  " respeito os trans, contanto que estejam longe de mim". Isto é um reflexo de uma mentalidade primitiva, a qual ajuda a propagar o ódio e a aversão a este grupo. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é um conjunto de comportamentos e pensamentos externos ao indivíduo e dotados de um poder coercitivo. A partir deste raciocínio, infere-se que o preconceito e a aversão a esta minoria é um fato social que se transmite pela vivência, através, também, das instituições sociais família e igreja( especificamente de cunho católico-protestante), por exemplo. O que, não necessariamente impede o uso do bom senso e da ética, a fim de respeitar o próximo, independente de suas escolhas sexuais.        Ainda é válido destacar o papel do Estado, o qual assegura na constituição o bem-estar  de todos, no seu Art. 3º, inc. IV. O que vem acontecendo, pois, é precisamente o contrário - de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo ( USP), 7 em cada 10 Lésbicas, Gays Bissexuais e Trans ( LGBT) já sofreram algum tipo de agressão física ou verbal. Decerto, este panorama agrava-se pela impunidade, não há qualquer tipo de lei específica que criminalize atos transfóbicos. Outro fator de destaque nessa situação alarmante é a falta de informação, instrução e debates sobre o assunto, é mister que a população veja os transexuais como seres humanos como todos os outros, que merecem respeito, dignidade e seus direitos garantidos.        Por fim, os trans no Brasil deveras estão face a face com o preconceito e a violência eminentes e necessitam de respaldo político e social no intuito de reverter esta situação. Portanto, o Governo Federal, em parceria com ONG's e emissoras televisivas deve midiatizar a questão trans através de campanhas e propagandas, bem como, através do Ministério da Justiça, criar uma lei específica que criminalize a transfobia, além de construir delegacias especializadas para esse público no propósito de diminuir a violência e caminhar parar uma sociedade mais igualitária.