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Enviada em: 07/03/2018

O documentário "Se essa escola fosse minha", de Felippe Marcelino e Letícia Leotti, apresenta relatos de violências vivenciadas por estudantes LGBT no ambiente escolar. A interpretação desse curta-metragem consolida o óbvio - o conceito de altruísmo e respeito encontram-se desvirtuados. Na verdade, o empoderamento da impunidade desloca a coletividade para o terreno da indiferença.    Nesse cenário, um dos vetores reside na prevalência da sociedade patriarcal. Com a imposição dos conceitos tradicionais, surge a não aceitação ao diferente. A filósofa política Hannah Arendt, em sua teoria da pluralidade humana, apregoa que se cada ser humano não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os homens não precisariam do discurso ou da ação para se fazerem entender. De fato, não convém filosofar o futuro, se o passado ainda impera.    Como substrato dessa problemática, pesquisas veiculadas por uma ONG europeia apontam que o Brasil é o país mais violento do mundo quando se trata do público LGBT. Em média, acontece 1 morte a cada 3 dias. Entretanto, diante dos fatos mencionados anteriormente, tais dados não representam novidade para essa parcela da população quase invisível, quando se trata de direitos. Logo, não há profilaxia, se não houver política pública que atente para essa radiografia.    Depreende-se, portanto, que dois agentes atuem na resolução dessa questão, família e mídia. O primeiro, como sendo a instituição primária e fundamental, deve apoiar os transexuais, por meio do acollhimento, a fim de minimizar os impactos para os mesmos. O segundo, aliado ao Estado deve promover campanhas de abrangência nacional, na tentativa de estimular o respeito às diversidades. Pois, conforme Carlos Drummond de Andrade, "ninguem é igual a ninguém, todo o ser humano é um estranho ímpar".