Enviada em: 08/07/2018

A solitude da humanidade       Um tema abordado por Mário de Andrade era a chegada abrupta das máquinas e o modo que as pessoas tornaram-se tão impessoais que, em meio de uma multidão, a estagnação de um sentimento de solidão era inevitável. Embora tal temática fosse trabalhada no século XX, na contemporaneidade, gradativamente, os centros urbanos são modificados, de que forma que os residentes desses âmbitos tornem-se coisas e seus sentimentos sejam, cada vez mais, reprimidos dentro de si.       Com a Primeira Revolução Industrial, todos os processos foram mecanizados, de forma que os seres humanos tivessem maior contato com as máquinas do que com outros de sua própria raça. A produção em larga escala tornou-se preponderante nas indústrias e, com o tempo, para um maior resultado, as pessoas sofreram o processo de reificação que, de acordo com Karl Marx, ocorre quando o trabalhador se torna o próprio meio de produção, tomam um caráter inanimado e configuram-se como seres alienados. Por conseguinte, a globalização não distanciou a vivência da sociedade do século XXIII com a da atual, pois o mesmo cotidiano observado naquela época é replicado nas grandes metrópoles.       Ademais, ações do próprio governo corroboram-se, a fim de que o meio no qual a população transita, transmita uma maior neutralidade. A escritora Maria Tiburi classifica em sua obra, Filosofia Cinza, o cinza como uma cor que remete à neutralidade, à ausência de emoção, ao isolamento e à solidão. Tal concepção retoma uma das ações tomadas pelo prefeito de São Paulo, João Dória, que ordenou a pintura de todas as paredes da cidade de cinza, apagando, dessa forma, inúmeras artes que, além de representarem a cultura social, traziam um pouco de cor ao dia a dia na vida solitária e apagada das pessoas.       Portanto, é possível notar que a população, de forma gradativa, está sofrendo, novamente, um processo de reificação, e é de suma importância que tal ocorrência seja impedida, para que não tome maiores proporções. O meio no qual a sociedade vive, força as pessoas a reprimirem seus sentimentos ao máximo, de modo que nem se importem com o próprio bem-estar ou com o do outro. Este, é um problema que será resolvido com o trabalho da inteligência intrapessoal e interpessoal, de forma que os indivíduos conseguirão novamente trabalhar esse lado sentimental com o apoio da Sociedade Brasileira de Psicologia. Assim, por fim, haverá uma cisma com esses ideias que nasceram no século XVIII, e as pessoas não se sentirão mais sozinhas diante a uma multidão, mas sim acolhidas.