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Enviada em: 03/05/2018

O uso de drogas é um tema recorrente na série americana South Park.. Em certo episódio, após o uso medicinal da maconha ser aprovado, os personagens se expõem a altas taxas de radiação, adquirindo câncer e, dessa forma, usando a erva de modo legal.   Apesar de exagerada, a ficção permite inferir que os debates sobre a legalização da maconha devem considerar seus possíveis efeitos nas relações de consumo, como também nas relações sociais.    É importante analisar, antes de tudo, que a legalização da maconha não necessariamente afetará seu uso criminoso. Isso porque, ainda que a maconha legal gere otimismo sobre a extinção de seu tráfico, o sucesso é incerto se compararmos a situação com uma droga já legalizada: a nicotina. Nesse caso, o fato do cigarro ser permitido não surte efeito sobre seu contrabando e vendas ilegais. Pelo contrário, de acordo com a Folha Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade, os cigarros advindos do contrabando correspondiam a 48% do consumo total no país em 2017.  Além disso, é válido questionar os impactos da legalização no comportamento social. Nesse sentido, é necessário um padrão rígido, que determine qual a faixa etária mínima para o uso, o uso ou não em locais fechados, etc. No entanto, o estabelecimento de normas por si só não garante seu cumprimento. O álcool, por exemplo, tem seu consumo proibido a quem esteja dirigindo. Ainda assim, é causa de acidentes frequentes nas rodovias do país. Dessa forma, não há garantia de que o uso da maconha será mais consciente.    Fica claro, portanto, que o Brasil não se encontra em condições de arcar com uma nova legalização. Assim, é imprescindível que o Governo Federal aumente o controle sobre as fronteiras, como também a fiscalização sobre a venda e uso ilegal da substâncias lícitas, com penas mais severas aos delinquentes, de forma a desestimular o uso criminoso das substâncias lícitas. As medidas mudarão as relações dos indivíduos com as drogas, tornando possível a legalização de outras, inclusive da maconha.