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Enviada em: 02/07/2018

O filósofo Jean Jacques Rousseau, afirma em suas obras que o homem é bom por natureza, mas o meio em que vive o corrompe. Desse modo, seguindo o raciocínio do sábio pensador a maconha pode ser entendida como mais um fator que colabora para a degradação do ser humano, porque pode ocasionar a dependência química. Contudo, atualmente, pesquisas científicas comprovaram que o uso de uma substância extraída da Cannabis sativa auxilia no tratamento de algumas doenças. Portanto, cabe ao Ministério da Saúde manter a liberação do uso medicinal de substâncias presentes nessa erva, já o Ministério da Justiça deve manter a proibição do uso recreativo.     Em 2013, foi instituída no Brasil a chamada Lei Seca, que determinou a proibição do ato de dirigir alcoolizado, ainda assim, muitas pessoas colocam a sua vida e a do próximo em risco e persistem no erro, que é considerado pelo Código de Trânsito uma infração gravíssima. Esse fato demonstra o quão complexo é controlar o uso de uma droga legalizada e suas implicações sociais. Além disso, a maconha pode causar dependência química ou ser uma droga de iniciação, ou seja, uma porta de entrada que conduzirá o indivíduo à utilizar outras substâncias químicas ainda mais nocivas ao organismo, como a cocaína, o crack, a heroína e o "ecstasy".     Por outro lado, estudos publicados na revista Nature, comprovaram que a substância canabidiol presente na "marijuana" pode auxiliar no tratamento de doenças neurodegenerativas e problemas neurológicos, pois ao ser extraída da planta e transformada em um óleo essa substância auxilia na recuperação de células presentes no sistema nervoso, o centro de controle do corpo humano. Por isso, o Governo Federal deve manter a legalização do uso com fins medicinais, desde que, comprovada a necessidade de tal medicamento e mediante uma quantidade previamente estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina de acordo com o estado do paciente.     Assim, o uso da maconha envolve questões sociais, como o uso de drogas e o trânsito, mas também está relacionado com a saúde pública no que tange a dependência química e o tratamento de diversas patologias. Diante disso, políticas de segurança pública mais eficientes devem ser desenvolvidas pela Secretária de Segurança Pública, que com o apoio da polícia militar deve organizar operações policiais, com o objetivo de deter os traficantes, aumentar o patrulhamento dos bairros e promover a desarticulação dos esquemas de comando das organizações criminosas que, por vezes, residem dentro das prisões. Por fim, cabe ao Ministério da Saúde e à Anvisa a regulamentação, assim como, o fornecimento do canabidiol e seus derivados às pessoas que realmente necessitam para tratar ou amenizar os sintomas de graves enfermidades neurológicas.