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Enviada em: 07/11/2018

Um dos grandes dilemas da sociedade brasileira é manter a proibição ou legalizar a maconha. O fato é que ela está por todo lugar e é a droga de uso mais disseminado pelo país. As partes interessadas são as mais diversas, desde cientistas até agricultores. Assim, a discussão deve ser aprofundada, a fim de se perceber a variedade de opiniões.       Primeiramente, a grande questão da maconha é o estigma que ela causa. Sempre associada à criminalidade e à clandestinidade, é natural que ela seja abominada por grupos conservadores. Hoje, porém, uma parcela muito grande de brasileiros já tiveram contato com a droga: de acordo com a consultoria Expertise, 26% dos brasileiros já fumaram a erva por pelo menos uma vez na vida e 60% têm parentes ou amigos que a utilizam. Tais números demonstram o problema é grande demais para ser tratado como crime, condição presente na legislação vigente. É importante mencionar também que a proibição atual inibe a pesquisa sobre maconha.       Por outro lado, o Brasil não tem condições de liberar o consumo hoje, nas condições como a sociedade encara o problema. Apesar de grupos simpáticos à liberação da droga fazerem menção ao sucesso de países como Canadá ou Países Baixos, o fato é que grandes grupos criminosos dominam a produção e mantém estruturas de distribuição da maconha associada a outras drogas. Além disso, a Associação Brasileira de Psiquiatria associa a droga à antecipação da esquizofrenia.       Portanto, percebe-se que há necessidade de iniciar um longo processo de discussão, pois nem o status quo e nem a liberação são soluções imediatas. O Congresso Nacional deve lançar uma comissão mista de drogas e medicamentos, a fim de discutir os diferentes aspectos do tema. Nessa comissão, terão representação especialistas da área de saúde, sociólogos, membros e entidades da sociedade civil. Como resultado, espera-se dessa comissão a entrega de estudos que nortearão um projeto de lei abrangente sobre a regulamentação e eventual uso medicinal ou recreativo da droga. Assim, com democracia, será possível um acordo final.