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Enviada em: 29/07/2018

Em sua música "Homem na Estrada", o grupo Racionais MC's critica a vida na favela. O ambiente apresentado na canção revela extrema violência, abandono institucional, falta de educação escolar básica e, consequentemente, o alto índice de usuários de drogas ilícitas. Por conseguinte, nesse contexto, fica claro que o consumo de drogas e todos os efeitos a ela associados, surgem intrinsecamente a criminalização da mesma.        Primeiramente, é válido ressaltar que a expansão da violência dentro das favelas está diretamente relacionada a criminalização do comércio de canabinóides, uma vez que o tráfico surge como único meio de contornar o acesso à droga, alimentando uma atividade altamente lucrativa e maléfica. Isso, consoante ao ideário marxista, em que o lucro é priorizado em detrimento aos valores sociais, ocorre porque a venda de entorpecentes é prevista na constituição como transgressão à lei.      Outrossim, apesar da criminalização do comércio de drogas, o Brasil permanece como segundo maior consumidor de drogas ilícitas (4,1 milhões de usuários) - dados de 2011, pela OMS - em comparação aos países onde o consumo da maconha foi legalizado, esse número é 41 vezes maior. De certo, fica clara a necessidade de assumir a dependência como problema de saúde anteposto a sua criminalização e a urgência de instrução para crianças, jovens e adultos no que diz respeito ao consumo e conscientização sobre a perniciosidade das drogas.       Portanto, o tráfico e a violência apresentados na música dos Racionais MC’s advém, principalmente, da criminalização do uso de drogas no Brasil. Nesse sentido, faz-se necessária uma ação coercitiva entre individuo, sociedade, escola e Governo. Cabe as instituições escolares o papel de deliberar acerca do uso de drogas através de palestras elucidativas para pais e alunos, por meio de exemplos e depoimentos de pessoas que já usaram drogas, com o intuito de instruí-los sobre as consequências das mesmas. Sob outro ângulo, cabe ao Governo, sociedade e individuo, através do poder legislativo, a descriminalização das drogas canabinóides, tal qual seu comércio, com efeito a sedimentação do tráfico e violência por ele imposta.