Materiais:
Enviada em: 26/08/2018

Conforme Aristóteles, “a política é a ciência para garantir a felicidade dos cidadãos”, a qual deve atuar na interação da sociedade e visar o bem comum. Contudo, esta conduta necessita de ética e imparcialidade para não acometer liberdade e direitos fragmentados à parte da população. Atualmente, no Brasil, existe a discursão sobre o uso da maconha, inicialmente generalizado, porém, deve-se analisar de formas distintas entre o seu uso como entorpecente e o seu uso medicinal.   É inquestionável que como entorpecente causa danos em ordem exponencial para a sociedade. Como dizia John Stuart Mill, “a liberdade de um individuo deve ser limitada, ao ponto de não ser prejudicial aos outros”, analogamente o uso da maconha atinge o sistema nervoso central, o controle do individuo fica em segundo plano, devido à embriaguez, isso pode desencadear diversas alterações emocionais desde as mais brandas às mais agressivas. Consoante ao uso frequente causa dependência e progressivos danos físicos e/ou psíquicos, e coloca em questão a família e o convívio social, com grandes perdas. De fato, consagrar a liberdade de alguns em detrimento de outros, não é a forma mais racional de êxito para o assunto.  Em contrapartida, são encontradas diversas pesquisas e resultados positivos sobre as vantagens do uso da maconha, no que se refere ao uso controlado pela medicina. Isso pode ser fundamentado, segundo Gregory Carter, Diretor médico do Instituto de Reabilitação de Saint Luke, nos Estados Unidos, sobre o canabidiol, encontrado na Cannabis sativa, “ela é extremamente indicada para qualquer doença que cause inflamações, espasmos, distúrbios dos sonos e disfunções intestinais, pois ajuda no alívio de dor e traumas cirúrgicos”. Uma vez que, a usando corretamente, assim como qualquer outra droga ou medicamento, é possível retirar benefícios para o tratamento de doenças até então estagnados.   Portanto, o uso da maconha, assim como qualquer outra matéria, possui o seu lado negativo e positivo e deve ser estudada racionalmente, evitando generalizações. De acordo com John Lock, onde não há lei, não há liberdade, por isso seu uso indiscriminado como entorpecente deve continuar impugnado, conforme os prejuízos causados à população desde a segurança aos problemas familiares, devido aos surtos psicóticos. Entretanto, medicinalmente, desde 2015, a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), autorizou o seu uso no país. Porém, O Governo Federal, junto ao Ministério da Saúde, deve desburocratizar a aquisição do canabidiol, com a simplificação do processo como a eliminação do uso de receitas especiais, e a autorização de produção para pesquisa e consumo medicinal, o que reduziria os custos do tratamento. Em suma, a política e o bem estar da população, levados a sério e racionalmente, poderão resultar na felicidade coletiva, como propagava Aristóteles.