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Enviada em: 29/08/2018

A maconha é o nome popular da planta Cannabis que é amplamente conhecida por causar efeitos psicotrópicos em seus usuários. Porém, além do uso recreativo esse vegetal também pode ser usado como tratamento para diferentes doenças como Parkinson e epilepsia. No Brasil, seu consumo não é legalizado para uso recreativo e os defensores do uso medicinal ainda enfrentam obstáculos para regulamentar sua produção. Para compreender melhor o tema é importante analisar a razão histórica que levou ao preconceito com a droga e quem são as pessoas afetadas pela sua proibição com finalidade medicamentosa.       Em primeira análise, uma reportagem publicada pelo jornal El País aborda que a fibra da Cannabis foi uma concorrente direta dos derivados do petróleo para a fabricação de materiais como plástico. Como a planta possuía produção desenvolvida na Ásia,  o mercado petrolífero buscou associar a planta a algo ruim com receio de que ela ganhasse o mercado mundial e enriquecesse os países do oriente e não do ocidente. Dessa forma, apesar da maconha ser até 100 vezes menos nociva do que o álcool, segundo a Revista Galilleu, ela teve sua utilização proibida enquanto os derivados alcoólicos foram regulamentados. Assim, é necessário que a legislação a respeito da droga seja revista, pois, sua proibição foi pautada em fatores comerciais e não científicos.       Outrossim, uma matéria veiculada pelo Jornal da Cultura mostrou que várias pessoas que são afetadas por crises convulsivas  tem utilizado a droga para reduzir, de maneira significante, o número de episódios. Dessa forma, a utilização medicinal da planta já demonstrou, por meio de diversos trabalhos científicos publicados em revistas conceituadas como a Science, possuir um amplo potencial como agente medicamentoso. Além de injustificável, a proibição do legislativo brasileiro com relação a Cannabis está causando sofrimento aos cidadãos que poderiam estar usufruindo de medicamentos a base de canabidiol para melhorar sua qualidade de vida.       Deve-se constatar, portanto, que o uso da maconha no Brasil foi proibido com base em interesses comerciais o que levou a construção de preconceitos com relação a sua utilização tanto medicamentosa quanto recreativa. Visando reverter esse quado, o Ministério da Ciência e Tecnologia deve investir em pesquisas sobre os efeitos da droga com a finalidade de convencer o legislativo a alterar as leis sobre sua proibição, já que ela pode ser utilizada como medicamento e, em certos níveis, pode também ser comercializada, de forma segura, como substância recreativa. Assim, a sociedade estará contribuindo para a construção de cidadãos críticos e autônomos com relação as suas decisões.