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Enviada em: 27/10/2018

Segundo dados da ONU de 2016 (Organização das Nações Unidas), a maconha é a droga ilegal mais consumida no mundo, totalizando quase 200 milhões usuários. O uso da Cannabis deveria ser legalizado e regulamentado. Isso pode ser defendido pois os riscos advindos de seu consumo se mostram menores do que aqueles apresentados por outras drogas lícitas e ainda é possível levantar o exemplo do fracasso de outras políticas proibicionistas.       Inicialmente, quando o assunto é drogas, é necessário compreender os efeitos que essas causam a curto e longo prazo, antes de se consumi-las ou tomar um partido consciente. No caso da maconha, ela oferece riscos consideráveis a longo prazo, como câncer e quadros esquizofrênicos em pessoas com predisposição. Entretanto, é teoricamente impossível morrer de overdose por meio do fumo, ao contrário do álcool que, tragado em excesso, pode levar a coma e posterior óbito. Dessa maneira, entende-se que o argumento de apelo ao risco se mostra uma contradição, visto que outras drogas tão ou mais perigosas já são vendidas legalmente.       Outrossim, políticas radicais de proibição do consumo de drogas sempre se mostraram de uma retumbante ineficácia. Toma-se por exemplo a proibição do álcool em 1920 nos Estados Unidos, motivada por lobby de grupos religiosos, que, em vez de surtir algum bom efeito, somente gerou casos e mais casos de intoxicação, devido o aumento do teor alcoólico em bebidas vendidas na clandestinidade, que era exacerbado para a compensação da baixa oferta. Do mesmo modo, a proibição da maconha não surtiu efeito, e somente põe em risco o usuário, que é obrigado a contar com o intermédio de traficantes para saciar seu vício ou apenas se aprazer no uso esporádico.       Portanto, por se tratar de um problema de saúde pública e não de polícia, o Congresso Nacional deve legalizar o consumo e regulamentar a venda da Cannabis, por meio de leis que referenciem o problema, a fim de trazer para a luz da legalidade pessoas e um assunto que é conspícuo e não pode mais ser ignorado. Concomitantemente, o Ministério da Saúde pode exibir propagandas na televisão que expliquem de forma clara os riscos do consumo de maconha, sem, entretanto, mantê-la como tabu. Essas medidas serão capazes de minar uma das fontes de renda do tráfico e, ultimamente, permitirá que usuários sejam tratados com mais dignidade.