Materiais:
Enviada em: 10/10/2017

Maconha: de uma erva natural a uma droga fatal       No documentário “The Culture High”, dirigido por Brett Harvey, explora-se a necessidade da legalização da maconha. Neste, debate-se o aspecto principal dessa questão: a demonização do termo “maconha”. Tal semântica produz efeitos colaterais, como as supostas “guerras” às drogas, nas quais poucos resultados são alcançados. Na realidade brasileira, nota-se não só a incorporação de diferentes significâncias à maconha, vinculadas, em sua maioria, por desinformações, mas também as conclusões errôneas consequentes delas, como um aumento dos casos de problemas mentais referentes ao uso da substância.         No Brasil, a maconha é taxada como uma droga terrível, muitas vezes, sendo necessário, assim, combatê-la a qualquer custo. Tal constatação, porém, é resultado de um longo processo de demonização da cabanis. A maconha, por exemplo, não é responsável por nenhuma morte, não existe, portanto, uma “overdose” causada por canabis; com isso, a vinculação constante entre essa droga e efeitos fatais não são verdadeiras. Como explorado por Hannah Arendt, a banalidade do mal promove não só uma significação mais fácil e aceita ao combate à essa droga, mas também uma apreciação como se fosse totalmente coerente as justificativas fornecidas pela demonização ao longo dos anos.     Esse processo gradual de provocar um novo efeito ao termo “maconha” promoveu efeitos nefastos na sociedade, em especial, uma falta de informação generalizada. Como, por exemplo, o mito da esquizofrenia. Neste, defendido pelo Dr. Lestes Grinspoon, professor emérito de psiquiatria da Universidade de Harvard, o crescimento ascendente do uso de maconha não foi acompanhado de um acréscimo nos casos de esquizofrenia, os quais permaneceram constante ao longo dos anos. Dessa forma, não há relação evidente entre a doença e o uso da droga. Tal mito, em consequência, promoveu um alarde midiático sobre a questão, embora seja promovido em base de uma desinformação.       A maconha não é mais associada a uma erva produzida em solos tropicais, mas sim, uma intitulada droga nefasta à sociedade humana, banalizando-se de fato o que deveria ser considerado ruim. Tal demonização é formada a partir de muitas desinformações, como, por exemplo, o mito da esquizofrenia. No intuito de solucionar essa problemática, o Estado deve ser responsável por provir as informações corretas à sociedade sobre a maconha. Para tal efeito, deve-se vincular uma campanha intitulada: “Entendendo o que é maconha”. Nesta, divulgar-se-á os estudos internacionais recentes sobre a canabis, como os seus mitos e os seus reais benefícios. Com isso, procura-se informar a sociedade e, em longo prazo, legalizar a substância, em consonância com o atual fenômeno mundial.