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Enviada em: 12/10/2017

A discussão acerca da legalização da maconha gera grande polêmica no meio social, visto que a mesma é a droga mais consumida no país. A possibilidade de uma legalização põe em evidência uma série de oportunidades que podem ser exploradas através da utilização controlada de uma das substâncias que mais despertam tabus na sociedade brasileira.   É de conhecimento geral o esforço empreendido pelo Poder Público para o combate ao narcotráfico, de maneira que inúmeras vidas se perdem anualmente em uma guerra que parece ser infindável. A repressão à comercialização de drogas abriu caminhos para que o tráfico de drogas regido pelo crime organizado se estruturasse de maneira sólida. De fato, grande parcela da violência observada nas grandes cidades é resultado de confrontos entre facções criminosas, e as mortes subsequentes ocorrem por disputas de pontos de vendas de entorpecentes.   Além disso, uma grande fatia do número de condenados em penitenciárias é composta por traficantes e indivíduos flagrados portando uma grande quantidade de narcóticos. A superlotação de um sistema penitenciário precário e os altos índices de violência pública ilustram a necessidade de se pensar em novas maneiras para lidar com a presença de drogas na sociedade. Adeptos da legalização defendem a utilização medicinal e recreativa da maconha, enquanto críticos se opõem por entenderem o processo como aval para a venda de uma substância que possa vir a causar estado de dependência química.   Entretanto, são inegáveis alguns benefícios que podem vir a ser explorados, como é o caso do enfraquecimento gradual do tráfico organizado através da venda previamente regulamentada e monitorada. Além disso, observa-se oportunidades no âmbito medicinal, uma vez que extratos da droga têm se mostrado eficientes no tratamento de algumas doenças, a exemplo da melhoria do estado clínico de pacientes que sofrem de convulsões.   Dessa maneira, o processo de legalização deve ser explorado com cautela, de maneira a se conservar a saúde pública e a segurança. Isso pode ser feito de maneira gradual à partir de uma política pública sólida de regulamentação de vendagem em locais previamente cadastrados e inspecionados, bem como o estabelecimento de uma quantidade máxima a ser consumida de acordo com estudos científicos formais. Some-se a isso campanhas de discussão em âmbito popular acerca dos benefícios de uma utilização consciente e planejada e ter-se-á um caminho construtivo para lidar com a maconha na atualidade.