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Enviada em: 09/12/2017

Na série de televisão "Império do Contrabando", é retratada a lei seca, que foi constitucionalizada no Estados Unidos na década de 20 e proibia a venda de bebidas alcoólicas no país. Após treze anos de sua vigência, a lei saiu de vigor e o álcool se tornou uma droga lícita. No Brasil hodierno, há um constante debate acerca da legalização da maconha, a droga ilícita mais consumida no mundo, e as possíveis consequências e benefícios acerca do seu uso.    No que tange a vertente conservadora existente no país, a maconha é a principal porta para que o usuário tenha acesso a drogas pesadas no Brasil. Usualmente classificada como uma droga "leve", o cannabis passa por constantes críticas desde sua proibição simbólica, feita por Napoleão Bonaparte, no século XIX. Desde então, uma parcela da sociedade civil e política, milita contra seu uso, apresentando possíveis consequências biológicas em decorrência do seu uso, como complicações na gravidez e possíveis desenvolvimentos de cânceres.    Entretanto, a ala divergente da criminalização dessa angiosperma defende, com argumentos baseados em pesquisas científicas realizadas nos últimos anos, os diversos benefícios existentes em substâncias existentes na maconha. Hoje, produtos a base de canadibiol podem servir como tratamento em diversas doenças e sintomas, como espasmos e crises de pânico. Ademais, a maconha se mostra menos nociva, quimicamente falando, do que cigarros de nicotinas e até mesmo o álcool, que é responsável por milhões de mortes todos os anos, em virtude de overdoses e embriagamentos.     Portanto, a continuidade da criminalização da maconha diverge das pautas progressistas que a ciência visa construir e pode acarretar dezenas de consequências negativas para a ciência. Além disso, demostra uma profunda hipocrisia existente na sociedade brasileira, em que drogas extremamente nocivas são aceitas e consideradas lícitas.