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Enviada em: 01/04/2018

Com a insurgência da Guerra do Ópio, ocorrida em meados do século XIX, o uso de alcaloides passou a ser analisado e questionado. Com isso, os movimentos subversivos passaram a abordar em sua temática, a utilização de tais substâncias, principalmente aquelas existentes na maconha, como ocorrido no Brasil, nos anos 60 com a Tropicália. Dessa forma, os estudos feitos acerca de seus efeitos trouxeram à tona a discussão perante sua legalização para fins medicinais no país.      No início dos anos 90, foi descoberta uma substância na planta da maconha, conhecida como THC (Tetraidrocanabinol), cujo uso é ministrado pela medicina terapêutica para atenuar os efeitos danosos de diversas doenças, como o glaucoma, promovendo, nesse caso, uma redução na pressão do globo ocular do paciente. Diante disso, é preciso considerar o impacto da maconha indissociada do seu uso medicinal, perpassando por isso, ao uso recreativo pelo indivíduo. De acordo com pesquisas realizadas por psicoterapêutas, a utilização exacerbada da droga gera inúmeros problemas sociais, dentre eles, a forte dependência química do usuário, o que pode acarretar distúrbios físicos e psicológicos, sobretudo em doentes psicóticos que podem ter sua situação agravada.       Além disso, já existem estudos científicos que comprovam que há uma relação entre um maior risco de infarto em pessoas com problemas cardiovasculares e o consumo excessivo da droga. Sendo assim, percebe-se que para viabilizar o uso terapêutico da maconha no Brasil, é preciso que as prerrogativas do projeto de lei sejam revistas, já que a falta de discernimento da população brasileira que, em sua grande maioria, utiliza a maconha indiscriminadamente, poderia trazer consequências desastrosas.      Por esse motivo, para que os incontáveis benefícios advindos do uso medicinal da maconha sejam aproveitados, é necessário que a população seja esclarecida acerca dos riscos provenientes do mau uso da mesma. Para tanto, é interessante que os profissionais da saúde, sobretudo os da área psiquiátrica, realizem palestras, em parceria com o Ministério da Saúde, em eventos públicos, sobre os efeitos da droga no organismo. Ademais, a internet pode ser uma aliada na propagação desse conhecimento. Além do mais, é preciso que mais parcerias como o FarmaCanabis sejam estimuladas, em que famílias que cultivam a planta em casa associam-se com universidades federais para financiar um laboratório direcionado ao acompanhamento de pacientes.