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Enviada em: 12/05/2018

Segundo Karl Marx, sociólogo alemão, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao bom funcionamento da sociedade se tornavam insustentáveis. Partindo desse pressuposto, hodiernamente, o vício em tecnologia, haja vista a mudança das relações sociais, revela-se como a contradição mais perversa de uma sociedade em desenvolvimento, que necessita de transformações. Nesse sentido, convém analisar as vertentes que englobam tal problemática.           Em primeiro plano, ao descortinar o século XXI, a contemporaneidade, marcada pela modificação das relações interpessoais e dos modos de vida, têm sido um campo fértil para o uso exacerbado da tecnologia. Nesse contexto, conforme afirmou o sociólogo Zygmunt Bauman em sua memorável obra "Modernidade Líquida", os laços de uma sociedade agora se dão em rede, não mais em comunidade. De fato, o avanço da parafernália tecnológica, como computadores e celulares, têm facilitado o acompanhamento e as interações comunicativas dos indivíduos de maneira rápida e satisfatória, por meio das redes sociais, fazendo com que, muitas vezes, a vida virtual (facilmente modificável e flexível) se sobreponha à realidade. À vista de tais preceitos, a fissura pelas redes sociais no âmbito da Modernidade Líquida, torna-se potencializadora do vício tecnológico.       Outrossim, vale ressaltar também que, o exagero no uso da tecnologia pode acarretar consequências nocivas ao indivíduo. De acordo com a teoria da "Mediana", de Aristóteles, o equilíbrio das ações humanas é o caminho para uma vida virtuosa e feliz. No entanto, ao observar a realidade brasileira, principalmente, a população jovem, o uso abusivo de jogos eletrônicos e redes sociais, corroboram para transtornos psíquicos, a exemplo, ansiedade e depressão por ser aceito ou não no ambiente virtual, bem como metabólicos, notadamente, no que se refere a sedentarização e obesidade em vista da alienação frente aos video-games e etc.              Logo, torna-se evidente que a dependência da sociedade em relação às máquinas, revela-se como uma verdadeira "corrente" social que demandam imediata remoção. Para que se amenize esse cenário problemático, portanto, cabe ao Ministério da Educação implementar na base curricular do Ensino Fundamental e Médio, debates e diálogos envolvendo pais e alunos, sobre a conjuntura de como utilizar as novas tecnologias de maneira resiliente, influenciando no pensamento crítico do aluno, para que o mesmo aprenda a adaptar a tecnologia ao seu cotidiano, em detrimento do contrário. É imprescindível, ainda, a influencia dos meios formadores de opinião, como as mídias, em ministrar propagandas em horário nobre, evidenciando os perigos à saúde que muitas horas em frente aos aparelhos podem ocasionar.