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Enviada em: 28/07/2018

A perda de controle sobre o quanto algo ocupa de energia e tempo na sua vida, seja ele relacionado a comida, sexo ou esportes, é caracterizado como comportamento compulsivo. Na atual conjuntura, esse fenômeno está presente no Brasil, especialmente quando se refere à tecnologia, evidenciando, assim, o vício online da sociedade, o qual representa um obstáculo a ser enfrentado. Dessa forma, é imprescindível analisar-se as causas e os efeitos dessa dependência, cujo prejuízo é enorme para a qualidade de vida, para então, solucioná-lo.    De início, cabe salientar que, os hábitos familiares podem ser relacionados com o desenvolvimento da dependência tecnológica. Segundo Émile Durkheim, o fato social refere-se à forma de agir, pensar e sentir, que se generalizam em todos os membros de uma comunidade. Observa-se que, uso constante das mídias eletrônicas na esfera familiar, também, pode ser encaixado na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família, a qual utiliza os recursos online, de forma acentuada, regularmente, ou até mesmo, introduziu, precocemente, a tecnologia na sua vida. Por conseguinte, esse indivíduo tende a reproduzir o mesmo comportamento, devido do exemplo familiar, a convivência e por ter tornado-se um costume naturalizado no seu dia-a-dia. Logo, a criação das pessoas está, diretamente, condicionada com o crescente vício em tecnologias.      É notório, ainda, que as tecnologias de informação prejudicam, cada vez mais, as relações sociais. Sabe-se que, as interações cara a cara são substituídas por uma comunicação sem linguagem corporal e outros sinais reais, como o Facebook e Whatsapp, logo, não é preciso mais lidar, pessoalmente, com as emoções de cada momento. Posto isto, os indivíduos sentem-se mais isolados uns dos outros, sozinhos, deprimidos e ansiosos. De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade de São Paulo (USP), foram apontado que 83% dos voluntários eram hipocondríacos digitais, situação que predispõe a crises de pânico e ansiedade. Dessa maneira, o distanciamento entre pessoas vai de encontro com a essência humana, visto que, Aristóteles, filósofo grego, afirmava que o homem é um ser social e político naturalmente, ou seja, participar da vida social é um aspecto primordial da existência humana.    Fica claro, portanto, que o vício tecnológico ainda requer ações para ser solucionado. Nesse sentido, o Governo Federal deve promover ações de educação tecnológica, por meio do Ministério da Educação, com projetos de palestras nas escolas públicas, especialmente para o ensino fundamental, através de psicólogos, promovendo uma reflexão nos alunos sobre os impactos da tecnologia, como se autodiagnosticar viciado e como fazer um "detox" digital. Espera-se com isso, garantir maior inclusão social, diminuindo a dependência das maquinais digitais.