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Enviada em: 16/10/2018

A tese empírica aristotélica, de que o ser torna-se aquilo ao qual é constantemente submetido, adquire ares sombrios quando relacionada aos hábitos digitais compulsivos da sociedade atual. Seriam os brasileiros, principalmente jovens e adolescentes, "ciborgues"? Catalisado pelo avanço tecnológico pós segunda guerra mundial e pela cultura altamente consumista vigente, o uso demasiado de tecnologias variadas, altamente sofisticadas e viciantes, tornou-se caso de saúde pública em terras tupiniquins.   "A política é a arte do possível". Esse pensamento do chanceler alemão Bismarck, expõe a origem do desenvolvimento exponencial e plural de inúmeras novas tecnologias, pois posteriormente à segunda grande guerra, têm-se grandes descobrimentos de fatores desenvolvimentistas (principalmente bélicos) para o fortalecimento de devidas nações. A internet e as máquinas computadorizadas hoje existentes são frutos deste período de conturbação política. Ao serem disponibilizadas à sociedade civil, tais ferramentas transformaram-se em um artifício de lazer, até evoluir ao ponto de ser visto como vício, já que atualmente existem clínicas de reabilitação virtual. Viver exposto à pluralidade descomunal e procastinadora das tecnologias trouxe consequências sérias, como o aumento da depressão.   "Não existiam mais poesias ou livros, e a vida social foi substituída por aplicativos". Este trecho de uma música do poeta e compositor brasileiro Fábio Brazza, retrata de forma poética uma das consequências do consumismo desenfreado: o isolamento social. Ao ser exposta à variadas novidades tecnológicas, a sociedade brasileira sentiu-se abraçada comercialmente, pois a cada dia tenta, de forma desesperada, resolver seus problemas nas compras de produtos diferentes, novidades de mercado e demais objetos com finalidades obtusas. Ao ver-se tomado pelo prazer da aquisição, o indivíduo quer mais e mais a cada compra, e acaba com sérios problemas financeiros, isola-se do mundo social em busca do aproveitamento virtual máximo, onde sua vida social torna-se apenas uma "rede".   Dessa forma, é evidente que medidas são necessárias na resolução do impasse. Primeiramente, o Ministério Público deve adentrar no mundo virtual para, de certa forma, "resgatar" a sociedade, isso pode ser feito por meio de publicidades em redes sociais, como o youtube e o facebook, que visem a conscientização sobre as consequências do uso e da compra demasiada de produtos virtuais, além da instrução sobre como diagnosticar um possível vício proveniente das atividades pertinentes. Posteriormente, o Ministério da Saúde, adjunto ao Ministério da Comunicação, deve desenvolver um aplicativo que monitore o tempo gasto em ações virtuais do indivíduo, e alerte-o, novamente, sobre os riscos à que está exposto, e ainda viabilize  tratamentos psicológicos aos já diagnosticados com o vício. Com ações assim em prática, a tese aristotélica perderá o caráter maquiavélico que a foi atribuído.