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Enviada em: 26/10/2018

Consoante o médico Albert Schweitzer: ”nós vivemos em uma época perigosa, em que o homem domina a natureza, antes de dominar a si mesmo”. Tal análise, afirmada pelo médico alemão, convida a sociedade refletir sobre como o falso controle do indivíduo acerca de seus próprios vícios, tais como aqueles voltados para a esfera da tecnologia, se transforma em um desafio a ser combatido de forma objetiva nos dias correntes. Dessa maneira, convém se observar as principais consequências que tamanha problemática desencadeia no meio social contemporâneo.        Em primeiro plano, é importante ressaltar que os vícios relativos aos meios tecnológicos representam perigos reais à sociedade, haja vista as mudanças comportamentais apresentadas pelos indivíduos à medida que estes se envolvem no âmbito avassalador da era digital. Dentro desse aspecto, fica evidente a negligência por parte das instituições sociais – similarmente a escola, a família, ou mídia – no que tange a formação sociocultural adequada para com os cidadãos, o que corrobora ao corpo social pessoas suscetíveis a distúrbios mentais. Prova disso se nota mediante os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que indicam que as pessoas preferem jogar ou ficar on-line no universo da internet a qualquer outro interesse na vida, uma vez que tal prática se mostra uma forma de lazer mais eficiente e fácil, contudo, esta se faz muito mais danosa à mente humana, tendo em vista que os usuários frequentemente não conseguem controlar o tempo gasto nesse meio, por exemplo.              Além disso, segundo o site Elpaís, a dependência em vídeo game e afins – caracterizada geralmente, pela conduta agressiva, ansiedade, isolamento social e até depressão – já afeta 9% dos usuários. Tal estatística demonstra, portanto, que o aumento de distúrbios mentais, mais que associados ao uso excessivo das máquinas tecnológicas, está corriqueiramente entrelaçado ao fato dos indivíduos ignorarem a necessidade que o ser humano dispõe de viver em sociedade para estar em harmonia consigo mesmo, analogamente como já disse Aristóteles. Nesse sentido, torna-se primordial a inibição dessa adversidade.       Diante do exposto, é mister remodelar as políticas públicas no tocante à saúde e ao comportamento social dos cidadãos, a fim de reparar os problemas causados pela questão. Para tanto, cabe ao governo federal em concorrência com a mídia elaborar meios propagandísticos que ilustrem sobre como o constante uso dos meios tecnológicos podem ser nocivos à saúde de todas as pessoas, dando ênfase para os perigos que eles podem representar principalmente para as crianças e adolescentes, objetivando-se erradicar os possíveis distúrbios mentais causados pelos intermédios sedutores. Assim, o ser humano poderá, afinal, dominar a si próprio, como bem disse Schweitzer.