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Enviada em: 27/10/2018

A Revolução Técnico-Científica, que obteve sua expansão em meados da década de 80, é sinônimo de facilidade e avanço na vida da humanidade por promover a universalização do uso da internet e re-des sociais. No entanto, no que tange à realidade brasileira, o uso massificado de equipamentos eletro-eletrônicos e das fontes informacionais se configuram como entraves da referida revolução inovadora. Nesse ínterim, é imprescindível a análise acerca de como a fragilidade dos laços afetivos dos indivíduos pós-modernos aliada ao método de ensino ofertado pela educação brasileira corroboram o grave quadro que faz com que os seres humanos se tornem dependentes das máquinas de maneira maléfica.   Mormente, não há dúvidas de que a vulnerabilidade dos relacionamentos hodiernos é fator fundamen-tal para que a sociedade seja vítima do uso contínuo dos recursos tecnológicos. Conforme defendeu Z. Bauman, em sua célebre obra "Amor Líquido", as relações interpessoais pós-modernas são extrema-mente voláteis, abstratamente tratadas como "relações líquidas", e são também pouco duradouras. Desse modo, as pessoas, por não conseguirem manter as relações e os vínculos solidamente preserva-dos, tendem a se sentir mais solitárias, o que culmina, indubitavelmente, para o exacerbado uso das máquinas, uma vezes que os seres enxergam, nas redes, o refúgio para suas mazelas pessoais. As-sim, de forma a amenizar o isolamento pessoal, os indivíduos, usam os dispositivos eletrônicos para se comunicarem com diversas culturas à distância e diminuírem, entre si, o diálogo oral.     Outrossim, destaca-se a atual forma de aprendizagem nas escolas como agente também responsável pela ocorrência da temática. De acordo com Paulo Freire, pedagogo brasileiro, na obra "Pedagogia do Oprimido", a educação ofertada pelas instituições de ensino assemelha-se a uma educação bancária - em que é visado apenas à memorização de conteúdos de modo mecanizado - e pouco pre-para os cidadãos para a vida. Diante disso, infere-se que as escolas, por não oferecerem uma educação liberta-dora e capaz de contribuir positivamente para o desenvolvimento pessoal infanto-juvenil, acabam por cooperar para que as crianças e jovens sejam cada vez mais dependentes das tecnologias.    Torna-se imperativa, portanto, a adoção de medidas que revertam o cenário do uso de tecnologias no Brasil. Para tal, compete às prefeituras desprender a sociedade do vício ao uso das máquinas, por intermédio da promoção de oficinas culturais, peças teatrais e orquestras de música em locais públicos, a fim de que os cidadãos tenham outras formas de combaterem suas mazelas individuais. Ademais, cabe ao Ministério da Educação fomentarem o desenvolvimento integral dos alunos, por meio da cri-ação de uma disciplina que ofereça atividades lúdicas e estímulo à leitura. Logo, os indivíduos tornar-se-ão menos independentes do vício às máquinas e às suas consequências.