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Enviada em: 30/10/2018

"O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível". De acordo com Max Weber, renomado sociólogo alemão do século XVIII, a persistência está intrinsecamente ligada à realização do impossível. No entanto, quando se observa os empecilhos para o combate ao vício tecnológico, no Brasil, verifica-se que esse ideal weberiano é constatado na teoria e, não desejavelmente na prática, seja pelo menosprezo do Poder Público, seja pela alienação da sociedade civil. Nesse contexto, torna-se imprescindível a tomada de medidas que dissolvam a problemática.      É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do impasse. Tal fato se reflete nos escassos investimentos governamentais em programas de integração social e em meios de incentivo a práticas de lazer -- medidas que tornariam o ambiente social mais inclusivo e atraente. Todavia, devido a falta de eficácia na administração e gestão pública, isso não é firmado.      Ademais, a inconsciência populacional frente às inovações tecnológicas é fator determinante para a permanência da mazela. Um exemplo disso é o individualismo imposto pelo uso excessivo de smartphones devido à massificação inerente à sociedade. Seguindo essa linha de raciocínio, o teórico da comunicação Marshall McLuhan sustenta a ideia que de as ferramentas criadas pelo homem o recriam. Dessa forma, uma mudança nos valores da sociedade é essencial para transpor a recrudescente alienação social.      Infere-se, pois, que a nociva refutação contra o vício em tecnologia requer um comportamento perspicaz e políticas públicas ativas. Portanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com instituições de aprendizado, realizar palestras ministradas por psicólogos e pedagogos com temas que abordem a educação tecnológica e dinâmicas com pais e filhos, a fim de mobilizar todas as gerações acerca do uso excessivo da tecnologia. Outrossim, como dito pelo filósofo Francis Bacon, "conhecimento é poder". Assim sendo, é recomendável que a mídia, o quarto poder, por meio de novelas e propagandas, divulgue informações de forma didática sobre a importância de conviver e interagir em sociedade, a fim de contribuir com a formação sociocultural da população e mitigar a preponderante compulsão por tecnologia. Logo, com o constante apoio estatal e comunitário, o combate ao vício tecnológico no Brasil seguirá a realidade descrita por Weber, transformando o impossível, no possível.