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Enviada em: 30/05/2019

Desafio do século       Até o século XX, era comum as brincadeiras infantis tomarem conta de parques e ruas pouco movimentadas, em que os pais ficavam preocupados pelo enorme tempo que seus filhos passavam brincando e saltitando pela cidade. Na contemporaneidade porém, com a explosão da tecnologia, essa cena se inverteu. Hodiernamente, com a tomada de posição dos jogos eletrônicos e redes sociais em relação as atividades ao ar livre, muitas crianças e jovens se tornam obcecados por esses, devido a postura das pessoas em relação ao vício e a falta de atenção do Estado à questão.       Inicialmente, um entrave é o desleixo dos familiares em relação a problemática, em que muitos deles devido ao enorme número de compromissos ao longo do dia, que se relaciona ao conceito de intensificação da vida nervosa, trazido pelo sociólogo Georg Simmel, não têm tempo de sobra e acabam por não perceberem o vício de parentes ou deles mesmos. Segundo estudo realizado pela Universidade de Hong Kong, quase 10% da população mundial possui ou já possuiu algum tipo de dependência tecnológica. Tais dados demonstram a dimensão da adversidade enfrentada, que atinge crianças, adultos e idosos e já é considerada uma dos piores do século XXI.       No entanto, o problema está longe de ser solucionado. Outro desafio enfrentado pelos viciados é a inobservância estatal, uma vez que o governo dificilmente propõe campanhas ou palestras para a diminuição do uso desses aparelhos e serviços. Ademais, a falta de apoio e disponibilização de  tratamento às pessoas dependentes atua como principal agravante da situação, já que muitos não tem condições financeiras para arcar com os custos de sessões com psicólogas ou com demais métodos de tratamento. Dessa forma, são obrigados a permanecerem presos nesse mundo fictício onde o virtual é mais valorizado do que o real.       Destarte, para que os índices de dependentes ao redor do mundo caiam, é necessário que os governos locais, em parceira com a ONU, promovam campanhas de conscientização da população e sessões de tratamento gratuitas de maneira a garantir a cura dos afetados e a não reincidência dos casos. Em adição, o Estado deve desenvolver leis que obrigam os fabricantes de aparelhos celulares e computadores a enviarem junto com o produto, cartilhas de recomendação de uso máximo diário, afim de que novos casos não se repitam, e as novas tecnologias venham somente para somar na vida da população.