Materiais:
Enviada em: 15/06/2019

O filme "Ela", produzido por Spike Jonze, mostra a história de Theodore: um escritor solitário que, ao comprar um novo sistema operacional para o seu computador, se apaixona pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa. Nesse contexto, o indivíduo se vê, cada vez mais, refém de seus aparelhos e de suas funcionalidades, retratando, mesmo que de forma incomum, a dependência do homem em relação às tecnologias. Desse modo, é nítido que isso é um problema, pois afeta diretamente as relações interpessoais e a saúde.   De início, vale ressaltar que a dependência tecnológica, por causar o isolamento das pessoas, interfere na convivência em sociedade. À vista disso, Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês, afirma, em seu livro "Amor líquido", que, com a era digital, as relações interpessoais estão mais frágeis. Sendo assim, o mundo virtual facilitou a aproximação, mas os contatos sociais estão perdendo sua qualidade, pois não existe o estabelecimento de uma conexão real. Nessa perspectiva, a submissão às tecnologias acelera esse processo, prejudicando, por exemplo, o convívio familiar, em que as pessoas, por não terem controle da utilização dos dispositivos eletrônicos, perdem o hábito de conversar pessoalmente.    Ademais, o vício em tecnologia é responsável pelo surgimento de várias doenças. Nessa direção, Carlos Heitor Cony, jornalista e escritor brasileiro, revela que "a internet é poluidora, não no sentido ecológico — mas espiritual". Sob tal ótica, é tácito que, com a dependência das redes sociais, os indivíduos, ao verem realidades diferentes da sua — que, na maioria das vezes, são projeções que não coincidem com a realidade —, adquirem a sensação de angústia, podendo acarretar a ansiedade, hiperatividade e a depressão. Outrossim, pessoas que têm obsessão em jogos eletrônicos, por não praticarem exercícios físicos, são propícias a apresentar, por exemplo, obesidade, diabetes e distúrbios do sono.   Dentro dessa conjuntura, é indubitável que o vício em tecnologia é um imbróglio e, assim, é necessário que medidas sejam tomadas. Destarte, os pais deveriam garantir que o convívio familiar não seja afetado. Para isso, eles poderiam, por meio de diálogos com os filhos, determinar limites na utilização de aparelhos eletrônicos, principalmente o celular e o computador, e deveriam realizar, em família, atividades que não utilize a tecnologia, como os esportes. Por conseguinte, as relações interpessoais desses indivíduos não seriam prejudicadas, o hábito de conversar pessoalmente seria conservado, a saúde não seria afetada e a dependência tecnológica, assim como foi mostrado no filme "Ela", iria acontecer com menos frequência.