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Enviada em: 27/09/2019

O filme "Ela" conta a historia de Theodore, um escritor divorciado e solitário que compra um sistema operacional com inteligência artificial avançada, dotado de consciência. Logo, ele se vê apaixonado por Samantha - o "software" de  computador com à qual interage. Fora da ficção, nota-se o apego, análogo ao do personagem, que muitos indivíduos possuem em relação aos utensílios tecnológicos da contemporaneidade. Nesse sentido, cabe analisar as consequências para a liberdade dos usuários e averiguar os impactos que a introdução dos aparelhos  modernos trazem para o mercado de trabalho.   Em primeira análise, é preciso destacar que com o surgimento da internet  o indivíduo está em  constante observação, perdendo sua autonomia e liberdade plena. Indubitavelmente, o uso de celulares capazes de trocar mensagens de imediato, de carros com GPS e computadores dotados de inteligência artificial é vantajoso, visto que acelera as tarefas e otimiza o tempo de serviço. Entretanto, o uso de tais aparatos pode acarretar na dependência dos indivíduos, fazendo-os perder a sua autonomia e liberdade perante a seus afazeres, pois esses são constantemente vigiados por órgãos do Estado. Seguindo essa premissa, a obra "vigiar e punir", de Michel Foucault, diz que o poder econômico e político controlam a vida dos cidadãos sem que eles percebam, contudo, nesse caso, o controle vem da tecnologia. Infere, então, a importância de refletir esse uso, com o objetivo de priorizar a liberdade.   Outrossim, é imprescindível destacar o número de demissões motivadas pela troca de trabalhadores por maquinas capazes de desempenhar funções com mais rapidez. Nessa perspectiva, uma matéria publicada pelo site G1, apontou que mais de três mil trabalhadores são demitidos por ano dos portos brasileiros, devido a ingressão de aparelhos capazes de realizar trabalhos sem o uso de operadores. Desse modo, patrões motivados pelo baixo custo relativo que estes aparelhos possuem em relação aos profissionais, dão inicio a um demasiado desemprego estrutural, esse que causado por inovações tecnológicas que dispensam outros meios de controle. Assim, urge medidas para atenuar esse cenário.   Fica claro, portanto, que o vício em tecnologias precisa ser combatido. Assim, o Ministério da Educação, Órgão responsável por zelar pela qualidade de ensino do país, deve abordar nas escolas temas relacionados a dependência dos utensílios modernos, por meio de aulas e acompanhamentos com psicólogos, desde as primeiras séries, mediante a debates em grupos sobre o uso desenfreado desses aparelhos, com o fito de incentivar a autonomia nos estudantes. Concomitantemente, o Ministério do trabalho, deve prestar auxílio aos trabalhadores substituídos pelos engenhos, por meio do estimulo ao empregador para que indenize o funcionário, com o objetivo de atenuar os danos morais sofridos. Somente assim, a relação de amor ilusório com as máquinas ficará somente na ficção.