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Enviada em: 09/06/2017

De acordo com Newton, toda a ação gera uma reação de mesma intensidade e contrária àquela que lhe deu origem. Nesse sentido, em face do eminente avanço tecnológico nestas últimas décadas, a difusão dos produtos que disso advieram transformou as relações entre as pessoas, paradoxalmente, para o bem e para o mal. A juventude é a parcela mais afetada, sendo, portanto, objeto de preocupação da sociedade em geral.   Com efeito, cabe reiterar o amplo engajamento jovial em política, reivindicações e, sobretudo, como dinamizar as interações entre o próprio tecido social. Isso se torna mais concreto quando analisadas as manifestações da Primavera Árabe, que tiveram início por meio da Internet; pode-se destacar, também, grupos de jovens que têm um passatempo em comum, os quais, segundo apurou o G1, possuem até 1 milhão de pessoas. Desse modo, fica claro que, com a devida orientação e conscientização, eles podem adentrar cada vez mais em assuntos que antes lhes eram alheios e, de certa forma, intangíveis. Porém, como tudo na vida tem dois lados, o excesso pode prejudicá-los.       Análogo à reação newtoniana, o intenso e extenso usufruto das tecnologias implica diversos efeitos indesejáveis. Dentre eles, é imperativo ressaltar a dependência desses aparelhos e a espiral desvirtuada – que posterga o real objetivo da humanidade – gerada por isso. De acordo com estudo da UFMG, 41% dos jovens se apresentam propensos a sofrer com o vício de estarem sempre conectados. Isso porque há muitas redes sociais demandando atenção dos indivíduos e cria-se uma expectativa pela resposta de outrem. Sendo assim, cumpre exaltar a atemporalidade de Aristóteles -- o qual preconizava a felicidade como causa final do homem e o “justo meio entre dois extremos” para alcançá-la --, a fim de compreender que a utilização descontrolada da modernidade pode desequilibrar a balança e afastar o jovem de si próprio.    Reste evidente, destarte, que, embora possua seus benefícios, a administração da inovação em jovens é fundamental para lhes evitar danos colaterais. Nesse contexto, é mister atuar incisivamente na formação desse grupo social. As escolas devem fornecer rígido controle no uso de celulares durante o momento no qual o professor suplica a atenção e liberá-los em intervalos bem definidos, de sorte a impor disciplina e conscientização. Os pais, por sua vez, têm que atuar com o mesmo fito dos colégios, incentivando o uso da internet para outros fins, como o de pesquisa, e estabelecendo metas e horários para o indiscriminado aproveitamento dela. Quiçá, assim, poderemos contemplar reações newtonianas menos intensas e chegar ao objetivo aristotélico: a felicidade.