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Enviada em: 28/07/2017

Segundo o sociólogo Emile Durkheim, a sociedade funciona tal qual um organismo vivo. Nesse sentido, para um corpo social harmônico e coeso é necessário ratificar o cuidado e prevenção a quaisquer patologias urbanas. Dentre essas problemáticas, destaca-se o vício em tecnologia, sintoma da modernidade, que no Brasil possui entraves sociais que precisam ser repensados.    Primeiramente, deve-se pontuar a exposição demasiada. Nessa perspectiva, o indivíduo está tão conectado ao meio digital que, por vezes, expõe informações pessoais em excesso sem perceber. Desse modo, essa desatenção torna-se ambiente favorável ao ataque de criminosos e hackers, os quais usufruem desses dados para promover extorsões, falsificações, retaliações dentre outros desvios de conduta. Assim, muitos brasileiros terminam por serem prejudicados em virtude da falsa sensação de segurança causada por seus vícios.     Além disso, é preciso ressaltar o distanciamento das relações humanas. Bauman, pensador polonês, define as relações pessoais da modernidade enquanto "líquidas", visto suas fluidez e superficialidade. Embora, de fato, a tecnologia, por meio de adventos como os "smartphones" e as redes sociais, tenha potencializado o poder de interação entre indivíduos, essas conexões, em muitos casos, não possuem nenhuma profundidade. Dessa maneira, o conceito do autor é evidenciado pela forma a qual não só muitos substituem a interação humana pela, digital, mas também na sobreposição de valores, em que o vício transforma, por vezes, um número de curtidas ou seguidores em fatores que regem uma ideia falaciosa e superficial de felicidade para muitos brasileiros.     A nação, portanto, tem um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial a atuação da Polícia Federal junto aos municípios. Desse modo, com a disponibilização de cartilhas que instruam a população acerca dos cuidados a serem tomados no meio digital, a fim de que esses cidadãos possam ter melhor preservação de suas integridades, minimizando os ataques oportunistas de hackers. Também é necessária a ação do Ministério da Saúde junto a redes sociais, como "Facebook" e "Twitter". Dessa forma, com a veiculação de campanhas em vídeo que objetivem tanto desconstruir a ideia falaciosa de felicidade criada por esse vício, quanto indicar maneiras de identificar sintomas e lugares em que o indivíduo possa buscar amparo e tratamento, no intuito de diminuir a influência negativa desse transtorno em nossa sociedade. Talvez, assim, alcance-se o corpo social harmônico pretendido por Durkheim.