Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

Desde os primórdios, os homens, dotados de inteligência, buscam formas de vencer os obstáculos impostos pela natureza. Portanto, diversas dificuldades da vida em sociedade foram atendidas por intermédio das inovações tecnológicas. Da criação da prensa no século XV, ao lançamento do primeiro smartphone da Apple, em 2007, passando pela revolucionária invenção da máquina a vapor, pode-se perceber que as civilizações vivem em constante processo de desenvolver tecnologias mais ágeis e eficazes, a fim de promover a integração mundial. No entanto, o uso desenfreado das mesmas levanta um questionamento: será que, no futuro, os indivíduos serão dependentes das máquinas?        Como a comunicação é uma das necessidades intrínsecas do ser humano, inúmeros avanços foram feitos com o intuito de torná-la mais acessível. Com a popularização da internet, principalmente na Era dos smartphones e das redes sociais, a compulsão por obter informação e estar contato com várias pessoas ao mesmo tempo converteu-se para caso de saúde pública. De acordo com a pesquisa realizada pela UFRJ, cerca de 30% das pessoas entram em paranoia quando não conseguem utilizar seus aparelhos celulares. Trata-se da nomofobia, o medo crônico de ficar sem o celular. Ademais, o vício em tecnologia pode trazer consequências negativas para a memória, problemas osteomusculares e de visão, o que prova seu impacto negativo na vida das pessoas.        Entretanto, não são apenas os jovens e adultos ávidos por notícias e interações sociais que tornam-se viciados. Em virtude da realidade da vida contemporânea, as crianças não brincam mais na rua, devido a violência urbana, e convivem pouco com os pais. Assim, os aparelhos digitais foram eleitos como os melhores amigos pelos pequenos e, por serem práticos, aliados dos pais na tentativa de controlar a agitação das crianças em lugares públicos. No entanto, essa dependência as deixa desconectadas do mundo real e suas consequências são tanto problemas físicos, como sobrepeso e tendinite, quando mentais, como isolamento social, dificuldade de concentração e transtornos do sono.         Apesar de trazer inúmeros benefícios e soluções, quando usada com moderação, a tecnologia também é responsável pela criação de obstáculos. As escolas possuem um papel fundamental no combate à dependência: por meio de palestras para os responsáveis, com psicólogos e médicos, podem promover o conhecimento sobre riscos à saúde a que jovens e crianças se submetem. Além disso, devem oferecer momentos de descontração e reflexão, em que os estudantes se desconectam das diversas máquinas que os cercam e entram em contato com trabalhos manuais, como arte, culinária e agricultura. Embora seja impossível ter uma vida livre de inovações científicas nos dias atuais, a intensidade da sua presença precisa ser controlada.