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Enviada em: 24/06/2018

Camarotização da vida social   O artigo 5° da Constituição Federativa do Brasil pondera que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. Todavia, essa realidade não é presenciada no cotidiano de muitos brasileiros, visto que a marginalização de determinados grupos sociais, seja por fatores econômicos ou culturais, distingue uma parcela ínfima da sociedade, no qual seus direitos também são apartados. Ora, a ‘’camarotização‘’ que envolve a vida dos mais abastados, revela um cenário de exclusão e distanciamento da convivência.    Nesse aspecto, essa segregação espacial possui raízes profundas em uma hierarquia social, uma vez que pessoas mais abastadas procuram se isolar da massa popular residindo em condomínios fechados e frequentando lugares que lhes garantem destaque e privilégios. Assim, a crescente desigualdade caracteriza uma ‘’camarotização’’ da vida social, que se reflete no cotidiano da sociedade, pois a presença ‘’vip’’ em eventos festivos, jogos e até a distinção entre escolas públicas e particulares, afastam cada vez mais a vida de pessoas ricas daqueles que possuem menos recursos. Conforme os dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira)  de 2017, em que no ENEM(exame nacional do ensino médio), dos alunos que cursam o ensino médio, 65% são de escolas com renda média-alta. Desse modo, a segregação não retrata a igualdade de uma democracia.      Ademais, a marginalização de pessoas que residem distantes dos centros comerciais, configura a omissão do Estado em oferecer condições adequadas a sua convivência, pois os espaços segregados , muitas vezes apresentam baixa infraestrutura e pouco saneamento básico, além de estarem mais vulneráveis à violência e criminalidade , tal como nas favelas brasileiras, que de acordo como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) , tem cerca de 11,4 milhões de pessoas, corresponde a 6% da população do país. Logo, por em prática a democracia, implica em conceder qualidade de vida a todos.   Visando, portanto extinguir as barreiras que separam as classes sociais no Brasil, é preciso que o Ministério das Cidades gerencie de maneira eficaz os investimentos cedidos aos espaços segregados, a fim de que a população que reside nesses locais, possa usufruir de uma melhor qualidade de vida. E que o Ministério de Desenvolvimento Social, busque a integração dos indivíduos mais abastados em locais públicos, por meio de ações que limitem os espaços exclusivos à quem possui mais renda, como as  alas vip’s, para que o referido na Carta Magna seja eficaz e benéfico.