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Enviada em: 17/06/2018

“A gentrificação é o mal urbano da nossa era. É a questão mais premente hoje quando falamos em habitação e urbanismo”, diz o urbanista Alan Ehrenhalt, autor de The Great Inversion and the Future of the American City (A grande inversão e o futuro da cidade americana). A chamada gentrificação é o processo onde pessoas de classe mais baixa são forçadas a se mudar de uma região para dar lugar a pessoas de maior poder aquisitivo. Famílias têm de se mudar de suas casas, seus lares, e a única desculpa para isso é a sua classe social inferior. É o cúmulo da desigualdade social.  Por que uns têm o direito maior de qualidade de moradia do que outros? Por que pessoas mais ricas preferem fazer os moradores antigos de uma região se mudarem a morar em periferias, ou lugares menos confortáveis que ainda não estão vagos? Isso porque os centros urbanos possuem regiões desiguais. Pessoas mais ricas possuem casas maiores e mais seguras, enquanto as classes mais pobres têm de se sustentar com lugares que qualidade baixa, se agrupando em casas pequenas, morros ou favelas, lugares predominados pela violência, prostituição e tráfico de drogas, muitas vezes sem sequer o direito ao saneamento básico, sendo expostas diariamente ao risco de diversas doenças. Desde a Revolução Industrial no século XVIII, o contingente de pessoas nos centros urbanos tem crescido cada vez mais, atraídas pelas ofertas de emprego e pela promessa de uma melhor qualidade de vida. Estatísticas apontam que até 2050 a população mundial deve chegar a 9,7 bilhões de pessoas, e que 7 em cada 10 destes viverão em cidades. Essa explosão demográfica traz muitos desafios, para que se consiga estabelecer um bom padrão de vida nas cidades a todos os moradores e para que o crescimento não atrapalhe o meio ambiente, pois além da segregação e desigualdade, outro problema nas cidades são os impactos ambientais, como as altas emissões de gás carbônico e CFCs, a presença de poucas áreas verdes (que reduzem o efeito estufa) e o tratamento precário do esgoto e do lixo, o que polui os recursos naturais e afeta a saúde. Portanto, para melhorar as condições atuais das cidades e prepará-las para as previsões futuras, órgãos do governo, como a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, devem garantir a melhoria da infraestrutura e a universalização do saneamento básico - como está previsto na lei federal nº 11.445/2007 -, melhorar o transporte público e melhorar a infraestrutura e a segurança, para minimizar a desigualdade de moradia existente entre pessoas de classes social mais baixa e mais alta. As pessoas também não devem se calar, e podem fazer campanhas incentivando a plantação de árvores, o descarte correto do lixo e o uso de bicicletas ou transportes públicos para minimizar as emissões de gás carbônico na atmosfera.