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Enviada em: 30/08/2018

O quadro "Os operários", da autora modernista Tarsila do Amaral, representa nos mínimos detalhes a vida urbana. A obra retrata diversas pessoas sobrepostas de forma semelhante ao formato de favelas. De fato, essa é a realidade das grandes cidades brasileiras na contemporaneidade. Isso decorre da urbanização acelerada e da expansão urbana desordenada. Com efeito, algumas áreas se tornam alvos da especulação imobiliária, o que segrega a população de baixa renda - maioria operária - para locais desatendidos pelo governo.        Como primeiro plano, é necessário ressaltar o papel da urbanização acelerada na realidade das cidades. Diferente da frase escrita na bandeira brasileira "Ordem e Progresso", a paisagem urbana elucida a desordem e desconstrói a aplicação do ideal. Em virtude da falta de planejamento governamental para a recepção de um grande contingente urbano, a infraestrutura é precária, principalmente nas favelas. Direitos básicos, como por exemplo, o saneamento, não são instituídos, o que exclui a população de baixa renda do Estado Democrático de Direito.        Ademais, a especulação imobiliária contribui para os fenômenos de segregação social e consequente periferização. Como consequência dos altos valores agregados aos imóveis, principalmente nas regiões comerciais, um grande contingente se dirige às periferias e favelas. Entretanto, a maior parte dessa população é operária, como consequência das grandes distâncias para se chegar ao trabalho, o transporte se torna saturado, o que fomenta o trânsito caótico e as superlotações em ônibus e metrôs.        Diante do exposto, é evidente que o âmbito urbano atual não é para todos, a população de baixa renda é excluída. Portanto, é necessário reverter essa situação. Para isso, o Ministério das Cidades deve impor limites para os valores imobiliários, a fim de mitigar a segregação sócio espacial. Ademais, o mesmo deve criar projetos eficientes para regulamentação da infraestrutura de favelas e periferias, de modo que o governo de fato garanta direitos à todos. Dessa forma, será possível vislumbrar um retrato diferente das cidades brasileiro no futuro.