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Enviada em: 31/03/2019

No ano de 2159, o mundo é dividido em dois grupos: os ricos que vivem numa suntuosa estação espacial, chamada Elysium, e os pobres, que moram na Terra arruinada, poluída e superpovoada. Ao fazer um paralelo entre o enredo do filme ora citado com o mundo real, percebe-se que  ocorre algo semelhante, em que as cidades mais desenvolvidas acolhem uma classe de renda melhor, com a segregação de outra de poder econômico inferior.   Primeiramente, torna-se necessário destacar que esse processo de favorecimento de uma casta social abastada, está baseado no conceito de gentrificação, criado em 1963 pela socióloga britânica, Ruth Glass. Segundo o arquiteto e urbanista da Universidade de Brasília, Benny Schasberg, as cidades crescem de acordo com a direção das frentes imobiliárias, como ocorreu no Rio de Janeiro em Copacabana, Leblon, Barra da Tijuca, o que fez a pobreza mudar para periferia.      Além disso, é necessário contrapor o modelo de desenvolvimento supra mencionado com o de revitalização, criado na década de 60 por Jane Jacobs e William H. Whyte. Eles acreditavam na criação de espaços que realmente atendessem as necessidades das pessoas sem discriminação. No entanto, de acordo com Benny Schasberg, o bairro Pelourinho de Salvador, por exemplo, sofreu uma reforma "relâmpago" em 1992, e virou um grande centro cultural e turístico dessa capital, porém com a remoção forçada de milhares de residentes da classe trabalhadora.     Assim, medidas devem ser tomadas a fim de garantir um acesso mais universal nas cidades. Para tanto, o Governo Federal deve promover um processo de realização de Conferências pelo direito à Cidade, em todas as esferas de governo, com a participação da população, integrando saneamento ambiental, transporte público, uso do solo, política fundiária e habitação, porque somente dessa forma o Estado acabará com a exclusão social que impera nos espaços urbanos.