Materiais:
Enviada em: 26/08/2019

Há, aproximadamente, 6000 anos a.C., quando os povos Sumérios passaram a exibir os primeiros traços de uma civilização moderna, pouco se imaginava que o que estava sendo criado ali era o embrião da grande aglomeração populacional, industrial e corporativa chamada de metrópole. As metrópoles brasileiras, como qualquer outra no mundo, apresentam seus problemas crônicos particulares devido a forma como foram estabelecidas e são regidas. Entraves esses, que prejudicam o desenvolvimento humano pleno, e não poupam classes ou funções sociais. Podemos observar que, quanto maiores os centros urbanos, maiores as desigualdades sociais entre os indivíduos desta. A especulação imobiliária torna as residências próximas a metrôs, parques, faculdades e, principalmente, centros economicamente ativos (onde está o trabalho), extremamente caros e inacessíveis para a grande população de média e baixa renda. Isso favorece a ocupação de áreas cada vez mais periféricas, à medida que as cidades crescem. As grandes consequências são as habitações irregulares, muitas vezes, em terrenos com grande propensão a deslizamentos e enchentes. O aumento da necessidade de um transporte público, então sobrecarregado, eficiente e que atenda a demanda quilométrica diária destes. Bem como o desgaste físico, emocional e econômico despendido por uma parcela marginalizada pela distribuição não democrática da ocupação territorial. Contudo, prejuízos também podem ser observados na camada social mais elitizada. Em função da alta criminalidade vivida nas grandes cidades, muitas famílias têm aderido aos condomínios fechado. Os mais luxuosos contam, muitas vezes, com mini mercados, farmácias e até salas de cinema, diminuindo a necessidade do morador “ir” para a cidade. O preço a se pagar vai além do estipulado pela imobiliária. Com tantas pessoas isoladas que compartilham o mesmo “nicho”, a mesma classe e muito provavelmente os mesmos ideais, não há espaço para contraste ideológico, interação com o diferente. Consequentemente o que se pensa não é colocado à prova. Empatia dificilmente é criada e ideologias extremas e isolacionistas nascem. As pessoas passam a enxergar a sociedade com os óculos de suas realidades, apenas. Assim sendo, temos o desafio de proporcionar a todos os habitantes soluções a fim de impulsionarmos seus desenvolvimentos humanizados. A intervenção do estado se faz inevitável nessa questão. O legislativo deve criar projetos de lei que prevejam a aquisição de espaços centrais pelo estado e a construção de moradias populares vendidas exclusivamente a famílias de baixa e média renda, na proporção da demanda. Assim como trazer os que já se encontram irregularmente na periferia para essas habitações centrais. Resultando em uma maior interação entre todos os indivíduos da sociedade, pluralizando os pensamentos e democratizando as oportunidades de vida.