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Enviada em: 22/03/2017

Da necessidade de cidades para todos     Durante o século XX, o mundo observou sua população, predominantemente rural, passar a ser majoritariamente urbana. Tal transição, contudo, foi acompanhada de consequências negativas a quem assumiu a vida urbana, principalmente no século XXI. Neste período atual, em específico, a cidade deixou de ser para todos e, em seus espaços proliferaram dificuldades relacionadas a transportes e à segregação social.     Nesse sentido, o meio urbano torna-se palco de interesses privados voltados a obter lucro e a atender uma classe econômica de maior renda. Observa-se esse quadro de segregacionismo social quando comunidades humildes inteiras são deslocadas de áreas estratégicas - próximas ao centro de grandes metrópoles - e realocadas em regiões periféricas. Isso faz com que os centros das cidades, e os serviços neles prestados, estejam cada vez mais difíceis ao acesso dos moradores pobres das periferias, impedindo-os de aproveitar inteiramente o potencial da cidade.     Dessa maneira, enquanto há um alargamento das manchas urbanas, a área de alcance e a quantidade de veículos coletivos não cresce proporcionalmente. Tal situação é intensa na maior cidade brasileira: São Paulo, a qual teve sua população aumentada nos últimos anos, ao passo que os serviços de transportes não cresceram substancialmente, refletindo-se em dificuldades a quem necessita deles diariamente para trabalhar. Como resposta a essa situação. os meios  de transporte individuais aumentam em número, resultando na intensificação de congestionamentos e na demora do tempo de viagem das pessoas que se locomovem do trabalho às suas casas.       É imprescindível, pois, que soluções relacionadas à integração de populações distantes dos centros sejam iniciadas, tanto na esfera privada como na pública. Empresas devem intensificar seu papel social explorando novas oportunidades econômicas em espaços estigmatizados, como as periferias, através de pesquisas das necessidades da população local. Também o poder público tem o dever de sancionar leis que coíbam práticas segregacionistas, como a expulsão de certa parcela de pessoas de baixa renda vivendo em regiões ricas. Por fim, todos os indivíduos precisam acompanhar ações de prefeituras para que políticas públicas sejam postas em prática. Assim, a vida urbana no século XXI será feita de cidades para todos.