Enviada em: 18/04/2017

Enclaves fortificados     A cultura do individualismo é algo que torna-se cada vez mais presente na sociedade brasileira. Isso deve ser ser enfrentado, uma vez que, diariamente, a cidade não é mais um local de inclusão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: O encarecimento do solo faz com que centros urbanos fiquem cada vez mais elitizados, como também, contribui para a fortificação da gentrificação e construção de comunidades carentes.     Segundo o filósofo iluminista Adam Smith expressa em suas obras, é injusto que toda sociedade contribua para custear uma despesa, cujo beneficio vai apenas para alguns. Comprova-se isso pelo fato de todos cidadãos terem a obrigação de pagar impostos, mas não receberem retorno em forma de investimentos nos setores básicos como saúde, transporte e educação. Observa-se que, a prioridade de investimento é nas áreas nobres, onde condomínios cada vez mais completos criam um muro entre pessoas, ou seja, os enclaves fortificados.     Conforme o site Super Abril, as altas taxas de natalidade, e a não migração, são os principais responsáveis pelo crescimento urbano. Esse fato da origem a conurbação entre cidades, onde não é mais perceptível saber onde uma começa e a outra termina. Além disso, a chegada de latinos ao Brasil mostrou uma face que é mascarada pela mídia: a cidade não é para todos. Acresce que, a repulsão para áreas menos valorizadas se tornou algo natural e o uso da gentrificação, processo no qual transforma um local abandonado pelo governo em uma área elitizada, contribui para esse fenômeno.     Diante dos argumentos citados, e do panorama nacional apresentado é dever do estado destinar imóveis públicos ociosos para moradia popular e combater a especulação imobiliária com medidas para reduzir o preço dos aluguéis. Some-se a isso investimentos em educação e projetos não governamentais, valorizando e capacitando professores, no intuito de formar cidadãos mais comprometidos com o bem estar da sociedade como um todo.