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Enviada em: 17/05/2017

No clássico filme "Metropolis", dirigido pelo alemão Fritz Lang, é retratada uma sociedade em  que a divisão de classes é feita explicitamente: os operários vivem no subsolo, enquanto os burgueses desfrutam de uma boa vida na superfície. Apesar da película compor um cenário de ficção científica, as cidades atuais também possuem uma segregação espacial gritante.  Essa é uma característica nefasta do século XXI, que desvirtua dos princípios urbanísticos e fere os direitos humanos.   Para o arquiteto espanhol Ildefonso Cerdá, um dos pais do urbanismo moderno, a cidade deve proporcionar integração entre as áreas centrais e periféricas, bem como o conforto a todos os seus habitantes. No entanto, percebe-se que, na maior parte das metrópoles, esses aspectos são raramente tidos como prioridade: historicamente, as cidades se desenvolveram visando beneficiar aqueles que eram os detentores do poder ou do capital. Esse fato culminou em centros urbanos que não se mostram adequados às necessidades de todos.    Outrossim, destaca-se que a segregação espacial reflete não só a Luta de Classes, mas também o descaso dos Estados com boa parte da população de seus países. Uma cidade que cria abismos sociais, impede o livre acesso de todos os cidadãos à saúde, educação cultura e condições de vida favoráveis, opondo-se assim à Declaração Universal dos Direitos Humanos.   Nas palavras do filósofo francês René Descartes "Não existem métodos fáceis para solucionar problemas difíceis", por isso, investir em projetos inovadores é algo necessário. Urge que os governos de todo o mundo criem órgãos especializados  em definir os caminhos da urbanização de cada local específico, pautando-se na igualdade entre os seres humanos e nos direitos dos mesmos. Dessa forma, poder-se-á construir centros urbanos humanitários que consigam acompanhar o crescimento populacional com eficácia e sensatez.