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Enviada em: 15/08/2017

Na literatura arcadista do século XVIII, o bucolismo era explicitamente exaltado em detrimento do progresso urbano. Por outro lado, atualmente, o avanço da tecnologia é amplamente defendido e, inclusive, alcança áreas rurais. Uma consequência disso é o processo de mecanização do campo, o qual gera desemprego e eleva o índice de êxodo rural. Dessa forma, agravam-se os problemas socioespaciais, já que grande parte das cidades não são planejadas.       Em primeiro plano, é importante contextualizar o cenário atual com o desenvolvimento inglês durante e após a Revolução Industrial. Inicialmente, os britânicos sofreram com a falta de saneamento básico, além da alta poluição atmosférica causada pelas fábricas. Posteriormente, o inchaço populacional tornou-se insustentável. Assim, os problemas com grandes aglomerados na periferia das cidades e com a criminalidade começaram a ser atenuados, em meados do século XIX, por políticas de planejamento urbano nos centros de Londres, Liverpool e outras localidades desenvolvidas.      Não obstante, países pobres e emergentes passam por outra realidade. A exclusão social vivenciada, principalmente, por jovens e a favelização nas metrópoles é fruto de um crescimento tardio. Por isso, projetos de gentrificação são considerados boas opções pelos governantes, mas há prós e contras. Por um lado, isso garante mais segurança à população devido às transformações envolvidas: melhor iluminação pública, policiamento e maior circulação de pessoas. Por outra perspectiva, a divisão entre classes sociais fica mais evidente, uma vez que a especulação no mercado imobiliário encarece o valor do metro quadrado dos bairros e desloca a população pobre para outros entornos.      Sob essas afirmativas, há, também, uma "osmose urbana". Nesse contexto, as migrações ocorrem de pequenos centros para lugares com maior concentração empresarial e instituições de ensino superior. Isso, pois, acontece de tal forma que os problemas de mobilidade urbana, custo de vida e saúde pública se agravam. Enquanto uma certa cidade atrai indivíduos, outras perdem profissionais e oportunidades de desenvolver uma economia em sua região.       A fim de homeostase na problemática, medidas pragmáticas são necessárias. A princípio, as prefeituras podem promover o processo de gentrificação em parceria com os governos estaduais e Federal, porém com o intuito de subsidiar melhorias para os próprios moradores. Ademais, o investimento em cidades médias é importante para descentralizar as atividades industriais e acadêmicas, dividindo em pequenos polos os municípios interioranos. Dessa maneira, desafoga o tráfego rodoviário nas metrópoles, pois mais pessoas estarão se deslocando para localidades mais próximas, o que evita o crescimento demográfico metropolitano. Logo, ter-se-á uma vida urbana para todos.