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Enviada em: 12/10/2017

A reforma Pereira Passos, implementada no Rio de Janeiro, foi o primeiro grande exemplo de reorganização espacial de uma metrópole, que também trouxe consigo o processo de formação das periferias urbanas. Atrelado a isso, parte da população encontrou-se afastada dos serviços e oportunidades que localizam-se majoritariamente nos grandes centros, o que impacta de maneira direta a qualidade de vida da população. Dessa forma, cabe analisar as nuances desse problema e de que forma ele se reflete na sociedade brasileira.  Em primeiro lugar, a histórica concentração de indústrias na região sudeste foi um fator crucial para o início do processo de gentrificação. Logo, tal fator, somado à vinda de um grande contingente populacional atraído pelas empresas, afasta paulatinamente as camadas da população que não podem arcar com o alto custo de vida desse local então valorizado. Dessa maneira, os moradores das periferias não conseguem ter acesso aos serviços ofertados nos centros, seja pela alta densidade populacional que dificulta a oferta dos mesmos de maneira homogênea, bem como pela distância.   Além da problemática supracitada, outro ponto que dificulta a inclusão dessa população periférica é o trânsito. Uma vez distantes do polo de oportunidades, esse grupo desloca-se diariamente, processo denominado migração pendular, deparando-se com congestionamentos de maneira frequente. Assim, as horas perdidas no trajeto impactam de maneira negativa a qualidade de vida dessa parcela, levando ao estresse e outros problemas a ele relacionados.   Posto isso, para que parte da população não seja prejudicada pela lógica de organização socioespacial hodierna, o Governo Federal deve mostrar-se atuante. Por intermédio da implantação de grandes polos de emprego, educação e indústria em outras regiões do país, tem-se mitigado os efeitos danosos da concentração populacional no eixo Rio-São Paulo. Ademais, a atuação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é de crucial relevância. Ao ampliar as áreas de alcance das linhas metroviária e ferroviária, minimiza-se o trânsito causado pelo grande número de veículos que saturam as grandes vias. Dessarte, a história brasileira possuirá como legado reformas espacias que visam integrar ao invés de segregar.