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Enviada em: 13/10/2017

“Ponha-se na Rua” Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, aproveitando-se de suas prerrogativas, D. João VI requisitou várias moradias para sua comitiva, imóveis esses que eram marcados com as iniciais “PR”, de príncipe regente, o que logo foi traduzido pela população por “Ponha-se na Rua”. Entretanto, hoje, a especulação imobiliária e a violência estão entre os fatores que assumem posições de monarca expulsando moradores de menor poder aquisitivo para as periferias. Em primeiro lugar, a especulação imobiliária, de forma disfarçada, atua como fator de segregação espacial. Certamente, o mercado imobiliário atuando em áreas com potencial de valorização altera a concepção local, implantando estrutura incompatível com a renda dos residentes originário o que obriga esses moradores a se direcionarem para bairros mais distantes ou municípios vizinhos, fenômeno conhecido como gentrificação. Ademais, o aumento exagerado da violência, nas capitais brasileiras, produz migrações entre áreas urbanas. Sem dúvida, situações como as que acontecem no Rio de Janeiro, em que, segundo o Instituto de Segurança Pública, houve um aumento de 20% no número de homicídios no ano de 2016, superando 5.000 casos, induzem moradores a se transferirem para outros centros. Confirmando este fato, recente pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha revelou que 72% dos cariocas afirmam que se pudessem iriam embora do Rio. Resta claro, portanto, a necessidade de atender ao objetivo do desenvolvimento sustentável que consiste em: tornar as cidades humanas, inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis. Para isso: as Prefeituras deveriam desenvolver Planos Diretores contemplando a correta destinação de cada parte da cidade, bem como, atendendo ao objetivo inicialmente citado; que ONGs promovam programas de orientação a moradores de áreas vulneráveis, sobre cautela aos ataques especulativos imobiliários; que as Secretárias de Segurança estaduais desenvolvam grupamentos policiais comunitários, que atuem de forma preventiva e orientativa contra a criminalidade. De sorte que, assim como na música de Chico Buarque, a cidade seja ideal para todos.