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Enviada em: 24/07/2018

Em meados da década de 1930, durante a Era Vargas, as mulheres conquistaram pela primeira vez na história do Brasil o direito de voto. Nesse momento, teve-se a impressão de que essas pessoas seriam mais respeitadas e  que a questão de gênero seria resolvida no país. Porém, passados cerca de 90 anos, o público feminino ainda é vítima de diversos tipos de violência e preconceitos que, além de ocorrerem nas residências e espaços públicos, têm sido frequentes nas universidades brasileiras.   Nesse sentido, destaca-se que a impunidade e a escassez de denúncias são as principais causas desse problema no território nacional. Devido a falta de apoio do poder público e medo das possíveis consequências, muitas estudantes brasileiras sentem-se desencorajadas a denunciar os agressores de estupros e assédios, por exemplo. Com isso, as autoridades competentes, como as próprias universidades e a polícia militar possuem dificuldades de identificar e punir os criminosos, o que gera impunidade e contribui para a manutenção dessas práticas violentas no país.    Além disso, percebe-se que as universitárias brasileiras enfrentam preconceito quanto a capacidade de conquistar bons rendimentos nas faculdades. Durante a Idade Antiga, o filósofo grego Platão, em sua obra " A República ", escreveu que as mulheres possuem alma racional tão valiosa quanto aos homens e que, por isso, poderiam ocupar cargos públicos nas Cidades Estado. Logo, percebe-se que, de acordo com o pensamento platônico, a capacidade intelectual independe do gênero dos indivíduos.   Por conseguinte, o fato de o Brasil não possuir igualdade de gênero causa diversas consequências negativas à sociedade. Segundo pesquisas publicadas no portal online " vix.com ", cerca de 36% das alunas brasileiras já deixaram de fazer alguma atividade na universidade por medo de sofrer violência. Com isso, é evidente que a desigualdade de gênero, além de causar agressões físicas e depressão, apresenta-se como dificultadora da inserção das mulheres nos ambientes estudantis e profissionais.   Portanto, conclui-se que a violência de gênero é um grave problema das universidades brasileiras. O Ministério da Educação deve realizar propagandas no ambiente universitário que, com a participação de sociólogos e psicólogos, incentivem as vítimas a testemunhar e denunciar os agressores. Além disso, as universidades devem expulsar os criminosos do ambiente acadêmico. Como consequência dessas ações, será possível a identificação e punição dos agressores, o que diminuirá os casos de violência de gênero nas universidades e fornecerá as vítimas melhores condições para desenvolverem seus estudos.