Materiais:
Enviada em: 25/07/2018

A sociedade brasileira, em sua história recente, mostrou-se muito conservadora diante de momentos de incerteza e crise política e socioeconômica, foi assim em 1964 com o golpe civil-militar e está sendo da mesma forma agora, com diversas manifestações fascistas e misóginas. Isso reflete, sobretudo, nas universidades, onde atualmente muitos alunos têm agido com certa hostilidade perante as mulheres, desrespeitando-as e até mesmo estuprando-as, nos chamados "trotes", criando um ambiente totalmente hostil para as jovens estudantes, que estão cada dia mais presentes no universo acadêmico.    Dessa forma, um claro exemplo do atual panorama acadêmico brasileiro ocorreu em 2014, na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), onde alguns estudantes, da própria instituição, invadiram um debate de cunho político no prédio de ciências humanas da universidade. Tais alunos chegaram com cartazes de cunho extremista e autoritário, chegando até mesmo a agredir verbalmente algumas pessoas.    Ademais, outro fator gravíssimo de desrespeito à dignidade a mulher são os famosos "trotes", no qual, moças são coagidas a ingerirem bebida alcoólica e e quando ficam bêbadas acabam sendo abusadas sexualmente. Um caso grave, por exemplo, ocorreu na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), uma das mais renomadas do país, em que adolescentes relataram violência de gênero. Outro fator bastante grave é que, muitas vezes, a própria universidade desencoraja as jovens a denunciar, para que o nome da instituição não seja envolvido.    Todavia, isso tudo acontece em um momento que cada vez mais, mulheres estão ingressando no ensino superior, já que, de acordo com o MEC (Ministério da Educação), 20% das mulheres possuem mais de 10 anos de escolaridade, contra menos de 10% dos homens, o que é algo muito positivo na luta contra o preconceito, porém, a violência contra alunas nas universidades pode atrapalhar esse progresso.    É necessário, portanto, que se aja de firmemente no combate ao machismo nas instituições de ensino superior. Primeiramente, o Estado Brasileiro deve criar uma lei que puna com a perda da vaga na universidade, de alunos que demonstrarem qualquer manifestação extremista e misógina, para que assim atos violentos possam diminuir. Em segundo lugar, é imprescindível que o MEC investigue melhor o trabalho das reitorias das universidades, para que não ocorra nenhum acobertamento de abusos. Tudo isso é extremamente importante para o avanço das mulheres na faculdade e consequentemente da igualdade de gênero.