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Enviada em: 25/07/2018

Aprendendo com Paulo Freire       A Constituição de 1988 - ordem que garante uma vida plena aos cidadãos brasileiros - tem sido uma das maiores já requisitadas até hoje. Entretanto, tal direito é contestado, uma vez que, na década presente, a intolerância de alguns indivíduos somada à negligência dos órgãos públicos tem contribuído para a propagação da violência de gênero nas universidades. Diante disso, torna-se passível de discussão, as possíveis soluções para a resolução desse descaso, no contexto sociopolítico.      No que se refere à problemática atual, pode-se tomar como primeiro ponto a ser ressaltado, o comportamento intolerante de uma parcela dos alunos para com seus colegas na esfera educacional. Neste contexto, a falta de conscientização do agressor e o medo de a vítima fazer a denúncia é reflexo no grande numero de estupros que ocorrem durante os trotes universitários. Segundo uma notícia veiculado ao Brasil pela revista Lê Monde Diplomatique, em janeiro deste ano, afirma que 3 em cada 7 universitários sofrem ou já sofreram  algum tipo abuso, sendo o público feminino é o maior alvo desses agressores. Desse modo, é determinante acabar com a violência de gênero em todas as suas formas e dimensões para que o bem estar social não seja corrompido ao longo do tempo.      Indo um pouco mais adiante na questão, a ínfima importância dada à violência de gênero pelas autoridades governamentais é um outro ponto a ser analisado. De acordo com a Instituição de Pesquisas da UFRJ, entre os anos de 2011 e 2017 houve um aumento considerável de pelo menos 68% nos casos de racismo e homofobia dentro das universidades do Estado do Rio de Janeiro. Isso mostra que, até nos ambientes de ensino, a violência" passa" sem ser notada pelo governo. Logo, se há a necessidade de tal ponto deixar de ser visto apenas como dados ou fatos cotidianos e passar a ser encarado como um problema de ordem social a ser equacionado e resolvido na sociedade brasileira.     Parafraseando o educador Paulo Freire, a estratégia é a premissa da vitória. Tomando como norte a máximo do autor, é condição "sine qua non" ações concretas e específicas que eliminem a violência de gênero nas universidades brasileiras. Nesse sentido, é indispensável a participação do Estado, pelo seu caráter socializante, na criação de cartilhas e palestras ministradas por profissionais específicos destinadas aos alunos de cada instituição de ensino, pontuando sobre as consequências que o abuso sexual tem na vida de uma pessoa e ressaltando a importância da denúncia. Além disso, faz-se necessário a participação da mídia, na incrementação de campanhas publicitárias com respaldo na importância do respeito ao próximo. Somente assim, com as táticas desenhadas no campo de batalha, poder-se-á ressoar, como um brado retumbante, o grito de Brasil mais solidário.