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Enviada em: 28/07/2018

Ação Conjunta         O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", afirma que "tendemos a crer que pouco podemos mudar- sozinhos,em grupos ou todos juntos- na forma como as coisas acontecem no mundo". É com essa crença que poder público e coletividade têm encarado, de um modo muito tímido e pouco assertivo, a questão da violência de gênero no ambiente universitário. Logo, é imperativo um engajamento desses atores sociais no inadiável enfrentamento dessa problemática.           Deve-se pontuar, de início, que todo caso de violência de gênero é uma afronta aos direitos humanos. Prova disso é que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário desde 1948, garante a todos no artigo 1º o direito à uma vida digna. Entretanto, a incidência de assédios contra as mulheres e os inúmeros casos de homofobia nas universidades brasileiras evidenciam que nem toda população tem sua dignidade preservada. Um primeiro passo para combater essa triste realidade é a criação de centros de denúncia e acolhimento de vítimas pelas próprias instituições de ensino superior, com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos, objetivando coibir tais manifestações de violência fundamentadas nas diferenças de gênero.        Além do protagonismo das universidades, o governo também deveria intervir nesses ambientes com o intuito de promover a igualdade de gênero. Em vista disso, nos EUA, montou-se uma investigação estatal em quase 90 universidades visando apurar abusos sexuais dentro do universo acadêmico. Em contraposição, no Brasil, o poder público negligencia inclusive os casos mais graves de violência de gênero que ocorrem nesses ambientes acadêmicos. Dessa forma, a fim de mudar esse cenário, as Delegacias de Polícia Civil devem investigar tais casos e punir os indivíduos infratores.            Por tudo isso, além das medidas propostas anteriormente, as ONG's e associações que militam nessa área devem- por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações em locais públicos e nas redes sociais- pressionar o poder público e alertar a sociedade geral para a necessidade de combater os casos de violência de gênero que se processam nos centros universitários do Brasil. Deste modo, observada uma ação conjunta entre todos o país vencerá sua crença de impotência e, por conseguinte, irá superar esse enorme desafio.