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Enviada em: 29/07/2018

Quando trata-se sobre o tema violência é fundamental que haja uma distinção entre o ato de violência e o estado de violência. Tal diferença deve-se ao fato de o primeiro ser voltado para uma ação agressiva pontual e o segundo para uma muito mais contínua e danificadora. Nos últimos anos, a população brasileira enfrenta uma grande crise social envolvida nessa presença constante da violência. E, como parte dessa sociedade, as universidades do país encontram-se imersas em uma circunstância de hostilidade de gênero, refletindo padrões da sociedade civil e das instituições base.        É importante notar, antes de tudo, que essa violência instituída nas universidades brasileiras é um produto da formação despreparada dos estudantes durante o ensino básico. No decorrer de 14 anos, aproximadamente, o aluno é cobrado a decorar fórmulas e regras que são importantes, mas não criam uma postura eficiente do indivíduo para o convívio com a diversidade de gênero. Com isso, após a aprovação no vestibular, é prático notar o ingresso de pessoas nas faculdades pouco informadas sobre essa questão, as quais, muitas vezes, irão reproduzir atitudes de violência adquiridas do grupo social que não foram desfeitas há tempos.     Cabe ressaltar, além disso, a reafirmação dessas desigualdades dentro das próprias instituições de ensino superior. De acordo com as estatísticas levantadas pelo INEP ( Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), em 2007, Há um declínio percentual de professores do sexo feminino à medida que as etapas do ensino avançam. Sendo assim, pode-se apontar essa postura como uma problemática, uma vez que, ao chegar à universidade, o estudante depara-se com uma situação de segregação, forma "sutil" de violência, entre os gêneros. Por conseguinte, cria-se a percepção equivocada da inferioridade intelectual da mulher, ratificando um padrão hostil.     Fica claro, portanto, que a violência de gênero nas universidades não se restringe unicamente ao físico, mas também ao campo moral. Logo, para minimizar esse danoso quadro, será necessário a constância do Ministério da Educação em trabalhar a favor de um currículo que vá além da teoria e chegue a um ensino promotor da postura cidadã. Para tanto, poderá incluir tempos de atividades voltadas à exaltação da diversidade de gênero. Ademais, políticas de ações afirmativas também podem contribuir para o aumento do número de professoras no ensino superior. Diante dessas pequenas ações, será possível reduzir um quadro crítico já naturalizado.