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Enviada em: 03/08/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca da violência de gênero predominante nas universidades brasileiras. Segundo Martin Luther King, ativista estadunidense, toda hora é hora de fazer o que é certo. Entretanto, observa-se um distanciamento desse ideal na contemporaneidade, uma vez que crimes relacionados ao sexo tornam-se cada vez mais frequentes no meio acadêmico. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar como a violência se manifesta e as principais causas dessa problemática.     Em primeiro lugar, vale ressaltar que mesmo com o advento da Lei Maria da Penha, um marco na luta da violência contra a mulher, no ambiente universitário, essa questão está longe de ser superada. Nessa lógica, continuamente, universitárias são vítimas de agressões físicas, psicológicas e morais exercidas por alunos e professores. Para corroborar, em 2014, alunas da faculdade de medicina da Universidade Federal de São Paulo, denunciaram 8 casos de estupro em festas organizadas por alunos da instituição. Nessa perspectiva, nota-se uma contraposição com a frase de Aristóteles, "A base da sociedade é a justiça", haja vista que os direitos das estudantes, como igualdade e segurança, estão sendo menosprezados.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que, a estrutura das universidades é patriarcal, por isso, muitas estudantes desistem de denunciar o ocorrido devido ao receio de não haver confiabilidade. Vale salientar que, conforme cresce a presença das mulheres na universidade, mais elas vão se tornando alvo da violência. Isso ocorre, principalmente, em razão do uso do poder como forma de coerção e da não aceitação do "não" como resposta. Para ilustrar, no início de 2018, dez alunas da Universidade Estadual de Santa Catarina, denunciaram um professor de história por abuso sexual e estupro. Com isso, o desenvolvimento acadêmico e os relacionamentos sociais são afetados. Por conseguinte, contata-se,que a continuidade desses acontecimentos é resultado de instituições machistas e omissas.    Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo do país. Os Conselhos Gerais universitários, devem promover a igualdade de gênero dentro das instituições, por intermédio de grupos de debates e palestras com representantes femininas a respeito da realidade da violência de gênero, da necessidade de respeitar o próximo e dos direitos e deveres de cada indivíduo na universidade, além de incentivar a participação das mulheres nas discussões jurídicas para que o tema do machismo na faculdade seja efetivamente combatido. É imprescindível, também, que as Universidades ofereçam auxílio e assistência às vítimas, investigando e afastando os professores e alunos acusados de agressão durante os trâmites dos processos administrativos.