Materiais:
Enviada em: 31/07/2018

Com o passar dos danos  Acessos mal iluminados, falta de segurança e cultura machista: esse é o cenário de muitas universidades brasileiras do século XXI. Assim, apesar da Lei Maria da Penha garantir a proteção de mulheres da violência física e verbal, isso não é presenciado no cotidiano das estudantes, o que é preocupante, haja vista que a faculdade deveria ser um ambiente de difusão dos direitos igualitários entre homens e mulheres, mas, na verdade, é um local de insegurança e medo. Nesse sentido, convém abordar algumas causas que conduziram ao machismo nas salas de aula, para que essa mazela social seja combatida.  Em uma primeira instância, é de fundamental importância analisar os fatos históricos. Até o século XX, as poucas faculdades existentes no país eram ocupadas somente por homens. Pouco a pouco, as mulheres começaram a ascender no mercado de trabalho e, consequentemente, a frequentar as salas de aula. Por exemplo, Nise da Silveira foi a única mulher em uma turma de 158 alunos a se formar em medicina. Hoje, esse número mudou, só que o preconceito ainda persiste. Por essa razão, é necessário que a direção das universidades organizem campanhas de sensibilização.  Além desse primeiro aspecto, vale salientar que, além da cultura patriarcal intrínseca na sociedade brasileira, algumas falhas no sistema educacional torna as mulheres vulneráveis a abusos. É visto que nas próprias universidades há locais escuros com poucas pessoas, o que facilita casos de estupro. O pior é que as estudantes têm que passar por esses locais, como estacionamentos e corredores, que apresentam essas características. Não é à toa o fato de que 36% das alunas deixaram de fazer alguma atividade na faculdade por medo de sofrer violência, consoante dados extraídos do site "Vix". Isso mostra claramente a susceptibilidade vivida por jovens no seu dia-a-dia. Por isso, é preciso modificar esses ambientes, que causam insegurança.  A questão da violência de gênero no ensino superior brasileiro, em suma, é emergencial. Em face disso, a direção do curso deve incluir uma aula com psicólogos sobre a luta feminista, pelo menos, uma vez em cada período, a fim de que os parceiros de classe possam cada vez mais reconhecer os direitos femininos e começar a tratar a mulher não como seu objeto. Os diretores em parceria com sentinelas, por sua vez, devem clarear locais mal iluminados e instalar câmeras em acessos pouco ocupados, para que os vigias possam monitorar a área e aparecerem em caso criminal. Assim, cumprir-se-á a cláusula pétrea, conforme a qual todas as mulheres têm direito à seguridade.