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Enviada em: 01/08/2018

No livro "Utopia" de Thomas More (filósofo) é retratada uma sociedade bem coesa, sem violências e desigualdades. Em oposição a tal preceito, vê-se o surgimento da violência de gênero nas instituições educacionais brasileiras. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, não só a lenta mudança da mentalidade social, como também a insuficiência de leis.   Em primeira análise, cabe pontuar que permeia no senso comum brasileiro o argumento de que a culpa da violência cometida é propriamente da vítima em si, não levando em consideração o protagonista. Com isso, nota-se o pensamento refratário fruto do sistema patriarcal vigente no período período colonial brasileiro, onde certos costumes e padrões quando não cumpridos, o praticante do ato se torna "amoral" em caso de algum ato contra a vítima. Em outras palavras, em caso de alguma violência, a culpa é da vítima, pois quebrou as "ditas regras", como por exemplo os casos em que as mulheres são violentadas e a razão de ter acontecido é porque elas usaram "shorts curtos". Dessa forma, um dos caminhos para minorar esse entrave é a conscientização da população brasileira.   Ademais, convém frisar que o Estado nação não tem assegurado o compromisso com os direitos humanos em não punir com maiores penas para os violentadores, uma vez que os atos causam severos danos físicos e mentais às vítimas. Comprova-se esse compromisso com a convenção Americana de Direitos Humanos, em 1969, de acordo com o qual toda a pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade. No entanto, a violência de gênero vem subvertendo todos esses valores. Diante disso, com o intuito de abrandar esse impasse é preciso a intensificação da Constituição Federal.   Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para atenuar a problemática. É essencial que o Ministério da Educação crie projetos que integrem os estudantes e as famílias, expondo em feiras e palestras escolares sobre "a culpa não é da vítima!", a fim de conscientizar a sociedade brasileira e, em função disso, largar as concepções do período colonial. Além disso, é imprescindível que o Judiciário amplie as penas para os violentadores de gênero, com o propósito de tirá-los da sociedade e receberem políticas de reinserção social nas cadeias, pois só assim poderá haver uma sociedade sem violências e coesa. Além do que, conforme James Monroe, político estadunidense, um bom Governo é aquele que tem a maior probabilidade de impelir a maior soma do mal. Logo, há de se afirmar que a pátria educadora oferece mecanismos exitosos para a luta contra a violência de gênero.