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Enviada em: 02/08/2018

A discriminação superior      Desde a colonização do Brasil, o sistema patriarcal se instalou no país, fomentado, principalmente, por ideais trazidos da Europa do século XVI. Contemporaneamente, essa conjuntura permanece e materializa-se através da violência de gênero, que se faz presente, sobretudo, nas instituições de ensino superior. Essa agressão persiste na sociedade brasileira devido ao machismo e a falta de uma educação que inclua a diversidade, tornando necessária uma mudança.      Em uma primeira análise, a violência de gênero tem relação direta com as percepções de poder, construídas, no Brasil, a partir de uma sociedade machista. Essa conjuntura social torna comum, sobretudo nas universidades do país, por exemplo, a "cultura de estupro", onde é legitimada a agressão às mulheres, já que são vistas pelos agressores como seres subalternos. Essa realidade pode ser explicada pelo sociólogo francês Émile Durkheim, que afirma que o homem é o produto do meio em que vive, reproduzindo, assim comportamentos implantados na sociedade. Dessa forma, é evidente que a desconstrução do machismo é fundamental para proporcionar um ambiente de paz.      O filósofo italiano Nicolau Maquiavel, em sua obra "O Príncipe", defende que nas sociedades sempre haverão relações de poder. Indubitavelmente, o ser humano tende a estranhar aquilo que lhe é diferente, criando preconceitos e sentindo-se superior. Nessa perspectiva, ausência de uma educação sobre as questões de gênero valida a violência exercida nos campus. Isso ocorre porque as pessoas não estão preparadas para lidar com isso, como por exemplo, os casos em que sexualidade e gênero são confundidos e correlacionados, fato que pode agravar a agressão. Dessa maneira, faz-se necessária a intervenção do Estado na educação do povo.      Urge, portanto, que medidas sejam implementadas para mitigar essa problemática no país. Nesse sentido, a fim de construir uma sociedade pautada em igualdade e respeito, o Poder Executivo Federal, em conjunto ao Ministério da Educação(MEC), deve promover políticas públicas de incentivo a diversidade de gênero e às diferenças. Essas ações estatais devem ser realizadas por meio de palestras, ministradas por sociólogos e especialistas, nas escolas e universidades, as quais devem ser tratados temas como a violência e o preconceito, para que assim a educação seja capaz de conscientizar muitas pessoas. Com isso, construir-se-á, no futuro próximo, um Brasil em que os ideais machistas e discriminatórios não sejam realidade e as instituições de ensino tornem-se mais acolhedoras.